“A motoserra de Javier Milei chegou aos transportes públicos”. A imagem é deixada esta quinta-feira no económico espanhol “El Economista” e retrata bem o cenário caótico que se está a preparar para os milhões de argentinos que têm de usar os transportes públicos.
De corte em corte, chegou a vez dos autocarros. O novo presidente da Argentina já tinha avançado que iria cortar a subsidiação dos transportes públicos e prometeu dar detalhes da dimensão desse corte a partir de 1 de janeiro. No entanto, a imprensa argentina começou a avançar com alguns números e só em Buenos Aires, esse impacto promete ser considerável.
Num artigo publicado esta quinta-feira no site “El Economista”, calcula-se que o preço de uma viagem de autocarro possa multiplicar por seis, de menos de 70 pesos para 400 pesos. Mas o pior cenário já se está a fazer sentir para quem anda de transportes públicos nas zonas mais distantes da capital: o preço do bilhete já quintuplicou e o custo para quem tem que o fazer duas vezes por dia já implica o gasto de dois terços do salário mínimo.
O presidente da Federação dos Transportes de Passageiros da Argentina já veio a público admitir que o Governo terá indicado que o corte de transferências públicas que recebem do Estado será de 30% a partir do próximo ano. Essa descida na subsidiação associada a um forte aumento do preço dos combustíveis devido à desvalorização do peso irá implicar que o preço do bilhete suba dos 53 a 72 pesos atuais (dependendo da distância) para 400 pesos por trajeto. E espera-se que essa subida não fique por aqui porque o Governo argentino já mostrou intenção de eliminar esses subsídios já no próximo ano.
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