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Argentina suspende pagamento de 1,47 mil milhões de dívida pública

O governo de Alberto Fernandez suspendeu o reembolso das obrigações AF20, poucos dias antes de receber o FMI – o maior credor do país – para negociar um plano de recuperação.
Buenos Aires, Argentina: 2.3 dólares
11 Fevereiro 2020, 21h27

A Argentina decidiu adiar o pagamento 1,47 mil milhões de dólares referentes às obrigações públicas denominadas AF20  até 30 de setembro, informou o Ministério da Economia do pais sul-americano, complicando um programa mais amplo de reestruturação da dívida que está a ser +preparado com a ajuda de autoridades externas.

O pagamento era suposto ser efetuado na próxima na quinta-feira, mas o governo disse em comunicado que planeia continuar apenas a pagar os juros previstos sobre o título, coisa que por certo irá desgostar os investidores, que não costuma aprovar alterações às condições de pagamento sem consultar os obrigacionistas envolvidos.

“É uma decisão unilateral do devedor, não é uma decisão que crie boa vontade no mercado”, disse o analista de mercados emergentes da Goldman Sachs, Alberto Ramos, citado pela Agência Reuters.

Os títulos caíram em média 1% esta terça-feira, enquanto o risco dos papéis lançados pela Argentina aumentaram mais 100 pontos-base, atingindo os 1.982 pontos. Os títulos AF20 são denominados em pesos argentinos. Originalmente, foram emitidos por um valor equivalente a 1,64 mil milhões de euros, mas a 4 de fevereiro pasado, o governo trocou 164 milhões de dólares em títulos por três instrumentos com vencimento em 2021.

“A amortização será adiada para 30 de setembro, a fim de permitir mais tempo para a recuperação do título, de maneira consistente com a reestruturação do restante da nossa dívida externa”, afirmava o comunicado do Ministério da Economia.

O anúncio aconteceu em vésperas das negociações com o maior credor da Argentina, o Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre a estratégia do governo para sair da recessão. Seja qual for essa estratégia, tudo começará com a renegociação de empréstimos do FMI e dos suportados em dívida soberana.

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