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Armando Pereira vai continuar detido pelo menos até segunda-feira

Pedro Marinho Falcão, advogado de Armando Pereira, destacou este sábado à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, que o seu cliente “permanecerá detido até que sejam lidas as medidas de coação que deverão ser anunciadas na segunda ou terça-feira.
Cristina Bernardo
15 Julho 2023, 18h26

Armando Pereira, cofundador da Altice, irá continuar detido pelo menos até à próxima segunda-feira, altura em que deverão ser anunciadas as medidas preventivas devido à investigação por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Pedro Marinho Falcão, advogado de Armando Pereira, destacou este sábado à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, que o seu cliente “permanecerá detido até que sejam lidas as medidas de coação que deverão ser anunciadas na segunda ou terça-feira.

A defesa do cofundador da Altice ainda não terá decidido se o seu cliente, que foi detido esta quinta-feira juntamente com outras duas pessoas, irá prestar declarações no âmbito do interrogatório em que é suspeito de atividade ilícita da Altice Portugal que, de acordo com a investigação pode superar os 100 milhões de euros.

“Sabemos que os trabalhos terminam este sábado, domingo não haverá nenhuma diligencia e que os trabalhos serão retomados na segunda-feira”, referiu em declarações aos jornalistas.

Armando Pereira ficou detido na quinta-feira, na sequência da operação desenvolvida pelo Ministério Público (MP) e pela Autoridade Tributária (AT) sobre suspeitas em torno de negócios relacionados com a Altice Portugal.

Também já detidos nessa operação foram Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro. Os três detidos foram hoje identificados perante o juiz Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal e vão prestar declarações em interrogatório.

De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, a operação desencadeada na quinta-feira, que levou às três detenções, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.

Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.

A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o MP que terão também sido usadas sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.

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