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Armas aproximam-se perigosamente da Bielorrússia

No final de um fim-de-semana de enorme tensão nas ruas das principais cidades do país, a Rússia aproximou tropas da fronteira, enquanto Lukashenko acusa a NATO de estar demasiado perto do seu território.
  • Protestos na Bielorrússia após eleição de Lukashenko para o sexto mandato consecutivo
17 Agosto 2020, 07h55

Depois de um fim-de-semana marcado por grandes manifestações de repúdio ao presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko – tal como a oposição tinha pedido no final da semana passada, as armas parecem estar a aproximar-se das fronteiras do país, vindas de várias direções.

Lukashenko revelou ter acordado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em prestar assistência caso se verifique que seja necessária. “Quando se trata da componente militar, a Bielorrússia tem um acordo com a Federação Russa. O momento que estamos a viver enquadra-se nesse acordo. Portanto, conversei com o presidente da Rússia sobre a situação atual. Concordei com Putin para que a Rússia forneça assistência abrangente para garantir a segurança da Bielorrússia” se o governo do país achar isso necessário, segundo diziam vários jornais.

Alexander Lukashenko afirmou na televisão estatal que uma brigada antiaérea enviada por Moscovo irá ser deslocada para a fronteira ocidental da Bielorrússia.

Ao mesmo tempo, o presidente disse que estava preocupado com os exercícios militares da NATO na Polónia e na Lituânia, que vê como uma aproximação perigosa de armas ocidentais das fronteiras bielorrussas.

A preocupação motivou um esclarecimento da própria NATO, que rejeitou as acusações de Alexander Lukashenko, apesar de confirmar que a situação no país está a ser acompanhada de perto.

“Não há agrupamento da NATO na região, e a nossa presença no leste não representa uma ameaça para nenhum país. É apenas uma presença defensiva, com o objetivo de prevenir conflitos e preservar a paz”, dizia o comunicado, apelando à Bielorrússia para respeitar os direitos humanos básicos, incluindo o direito ao protesto pacífico. Tanto a Polónia como a Lituânia fazem fronteira com a Bielorrússia.

A semana que agora começa será com certeza determinante para a Europa perceber o desenvolvimento da crise que se instalou no país depois das eleições presidenciais de 9 de agosto passado.

Entretanto, a União Europeia decidiu avançar mesmo com sanções contra o país. A decisão de desencadear o processo de instauração de novas sanções contra dirigentes da Bielorrússia foi tomada durante uma reunião extraordinária dos chefes de diplomacia dos 27, realizada esta sexta-feira.

“A União Europeia não aceita os resultados das eleições. Começam os trabalhos para sancionar os responsáveis pela violência e falsificação” dos resultados, escreveu o chefe da diplomacia europeia e Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell. Recorde-se que a União levantou em 2016 a maior parte das sanções contra o regime de Minsk por considerar que estavam a ser dados “passos positivos” no sentido da democracia.

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