Paul Krugman é prémio Nobel da Economia e esteve em Portugal em 1976 ainda era um estudante do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Integrou um grupo de estudantes desta universidade e chegou a conviver de perto com o então governador do Banco de Portugal (BdP) José Silva Lopes, quem recordou como sendo um “grande banqueiro central, charmoso e com um grande sentido de humor”.
No seu discurso esta segunda-feira em Lisboa, o economista deixou elogios a Portugal e ao progresso da economia nacional, mas deixou vários alertas.
“Algo que ainda me preocupa um pouco é a demografia, o problema das populações a envelhecerem. Os idosos têm extensos programas sociais. As reformas são pagas pelas pessoas mais novas a trabalhar”, disse hoje Paul Krugmanm em discurso no evento “Falar em Liberdade: novos caminhos” promovido pelo Banco de Portugal.
O prémio Nobel da Economia destacou que a somar-se ao problema do envelhecimento da população há a emigração dos jovens portugueses, o que leva a uma “erosão da base fiscal”, isto é, menos pessoas a contribuirem para as receitas de impostos e pagar prestações sociais. “Se temos uma população em idade ativa a diminuir, isso é um grande problema”.
Todavia, sinalizou que há um sinal positivo: “nos últimos anos, a população em idade ativa aumentou substancialmente”, o que deve-se à imigração.
Por outro lado, também destacou o peso da indústria automóvel na economia nacional e revelou a sua preocupação por “a indústria automóvel, que é significante aqui, possa ser a indústria automóvel antiga”, afirmou, referindo-se aos avanços que têm sido feitos na mobilidade eletrificada.
O norte-americano também abordou o impacto para Portugal guerra comercial lançada por Donald Trump sobre o mundo.
“Nunca imaginei em 1976 que o epicentro do caos global fosse o meu país, mas é. E temos de pensar nisto: enquanto a guerra comercial e toda a loucura se desenvolve, o quão exposto está Portugal? Sei que não está totalmente dependente dos turistas e das empresas norte-americanas, mas a sua importância significa que provavelmente está mais exposto do que o país europeu médio”, mas dado o “percurso” de Portugal, “provalmente, não devemos estar muito preocupados”, afirmou, referindo-se às crises ultrapassadas pelo país inclusive a crise da zona euro em 2011.
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