A ciência já provou que ouvir música triste pode traduzir-se em estímulos prazerosos ao ser humano, e que quem ouvir esse tipo de melodia poderá revelar mais empatia sobre os outros. Agora, uma jornalista de dados da BBC diz ter usado o Spotify para identificar as cinco músicas mais tristes de sempre – pelo menos, desde 1958. Será que conseguiu?
Miriam Quick usou o algoritmo do Spotify que ainda está em teste, presente na API (interface de programação) da plataforma para analisar mais de 1.000 músicas presentes nos índices da revista “Billboard”, e que também estão disponíveis no Spotify, para encontrar as músicas pop, “de topo”, mais tristes.
Com recurso aos metadados (informação inteligível apenas por computador) que o Spotify usa para atribuir uma pontuação a cada uma das 35 milhões de músicas alojadas na plataforma over-the-top (OTT, conteúdo distribuido diretamente ao consumidor via Internet, à semelhança da Netflix), Quick pôde identificar os pontos de valência (número de combinações melódicas possíveis associadas a cada género musical) que o novo algoritmo usa para conseguir catalogar cada faixa músical, a fim de sugeri-la aos subscritores do Spotify.
A cada uma das 35 milhões de faixas disponibilizadas pelo Spotify, a startup sueca criada por Daniel Ek, em 2006, atribui uma pontuação de zero a um, sendo que as músicas com “alta valência tem um som mais positivo, alegre ou eufórico” e as com baixa valência têm “um som triste, deprimido e até zangado”, de acordo com uma explicação da plataforma, citada por Quick.
Então, quais são as músicas mais tristes de sempre?
1 – “The First Time Ever I Saw Your Face”, de Roberta Flack (1972);
2 – “Three Times a Lady”, dos Commodores (1978);
3 – “Are You Lonesome Tonight?”, de Elvis Presley (1960)
4 – “Mr. Custer”, de Larry Verne (1960);
5 – “Still”, dos Commodores (1979)
Ao verificar os resultados da pequena investigação, a jornalista da “BBC” afirma que apena a música de Elvis Presley e “Still”, dos Commodores, podes ser descritas como tristes. Miriam Quick argumenta que a música de Robert Flack, que foi número um durante seis semanas nos tops da “Billboard” em 1972, não é uma melodia triste mas, sim, romãntica.
E à mesma conclusão terá chegado sobre “Three Times a Lady”, enquanto “Mr. Custer”, por sua vez, é uma comédia que fala sobre um soldado que não quer lutar.
Embora a conclusão de Quick evidencie que estas cinco músicas não serão apuradamente tristes, pois o algorítmo pode não conseguir medir corretamente a tristeza das canções, esta análise de dados como a que o Spotify faz, ao catalogar cada música com o referido algoritmo, poderá ser útil para diferenciar os tipos de frequências de ondas sonoras e, a partir daí, ordenar a informação.
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