[weglot_switcher]

As cinco prioridades e três “causas urgentes” de Marcelo para o segundo mandato em Belém

No discurso da tomada de posse na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa comprometeu-se a ser “o mesmo de há cinco anos” mas assumiu novos desafios. O combate à Covid-19, recuperação económica, reforço da democracia, coesão social e protagonismo internacional do país são as cinco “missões” identificadas pelo chefe de Estado. Disse ainda que quer afirmar, neste segundo mandato, “um patriotismo do futuro”, mas sem “messianismos presidenciais”.
Mário Cruz / Lusa
9 Março 2021, 18h00

Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse esta terça-feira para um segundo mandato enquanto Presidente da República, elencando cinco “missões” que tem pela frente nos próximos cinco anos: combate à Covid-19, recuperação económica, reforço da democracia, coesão social e protagonismo internacional do país. Mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS), os fundos europeus e a ação climática são “causas urgentes”.

Num discurso de cerca de vinte minutos, Marcelo Rebelo de Sousa começou por elencar as “cinco missões nacionais e presidenciais para os próximo cinco anos”. Segundo o Presidente da República, essas “missões” correspondem à afirmação de “um sempre renovado patriotismo”, que deve ser “das pessoas, e não apenas do lugar, da memória, dos usos, das instituições”. Ou seja, “um patriotismo do futuro”.

O reforço da democracia foi a primeira missão destacada pelo chefe de Estado. “Queremos uma democracia que seja ética republicana na limitação dos mandatos, convergência no regime e alternativa clara na governação”, disse, sublinhando que é preferível “o diálogo ao monólogo”. “Uma renovação que evite rutura, antecipação que impeça decadência, proximidade que impossibilite deslumbramento, arrogância, abuso do poder. Assegurá-lo é a primeira prioridade do presidente que toma posse”, disse.

Como segunda prioridade do novo mandato, elegeu o combate à Covid-19, que é também a missão “mais imediata”. Marcelo Rebelo de Sousa considera que é preciso encurtar a pandemia “e não alongá-la” e, por isso, é necessário “ampliar a vacinação, testagem e o rastreio” e “estabilizar o SNS”, fazendo planos para “desconfinar com sensatez e sucesso” e “evitar nova exaustação das estruturas de saúde e dos seus heróis”.

A terceira missão prioritária é a recuperação económica e o aperfeiçoamento das medidas para “a sobrevivência imediata do tecido social, do tecido económico” e “cobre não apenas 2021, mas também os anos que se seguem”. Segundo o Presidente, o país terá de “reconstruir a vida das pessoas, que é tudo ou quase tudo: emprego, rendimentos, empresas, mas também saúde mental, laços sociais, vivências e sonhos”, durante um período que, avisa, deverá ser “inevitavelmente mais longo” do que o inicialmente previsto.

Mais coesão social e protagonismo além-fronteiras

A coesão social foi a quarta missão identificada por Marcelo Rebelo de Sousa. A antever uma recuperação económica demorada, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “só haverá verdadeira reconstrução se a pobreza se reduzir, os focos de carência alimentar extrema desaparecerem, as desigualdades se esbaterem, a exclusão diminuir, a clivagem entre gerações e entre territórios for superada”.

O Presidente da República assumiu ainda como “quinta missão” o aprofundamento do protagonismo de Portugal no plano internacional como “plataforma entre culturas, oceanos e continentes, simbolizada pela eleição e pela desejável reeleição e António Guterres [secretário-geral da Organização das Nações Unidas] e pela abertura a todos os azimutes da presidência portuguesa no Conselho da União Europeia”.

Para os jovens, que “não se satisfazem com apenas as cinco missões nacionais e presidenciais para os próximos cinco anos e com as promessas de resposta às suas angústias na educação, no emprego, na habitação, no projeto de vida”, e “esperam mais e mais depressa”. É preciso, por isso, ainda “mais e melhor SNS”, mais condições e melhores para as empresas para usarem em pleno os fundos europeus, atraírem investimento e enfrentarem “com sucesso” a competição externa, e “mais e melhor liderança portuguesa na ação climática”.

“Três causas concretas, que independentemente de rótulos, são todas elas nacionais e urgentes”, completou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.