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As duas enfermeiras na linha da frente contra o coronavírus que comovem Itália

As histórias de duas enfermeiras no combate ao coronavírus estão a comover os italianos neste momento de crise.
13 Março 2020, 09h47

Foi uma fotografia que comoveu Itália. Na reta final de um turno, Elena Pagliarini adormeceu em cima do teclado do seu computador no hospital de Cremona, na região da Lombardia, a mais atingida pela crise do coronavírus em Itália. O país é o segundo mais afetado do mundo, com 15 mil casos confirmados, mais de mil mortos e 1.300 pacientes recuperados.

Uma colega sua, Francesca Mangiatordi, reparou na situação e tirou uma fotografia à sua colega. O momento foi depois publicado nas redes sociais para demonstrar a dureza da vida das profissionais de saúde em Itália para tentarem travar o coronavírus, e a crueza do retrato captou a atenção dos italianos.

“Ainda não tinha terminado o meu turno quando a fotografia foi tirada. Foi antes das seis da manhã e eu estava completamente exausta”, afirmou, citada pelo jornal britânico Metro.

O momento chegou à primeira página do jornal La Repubblica: “Obrigado Elena”, agradeceu o jornal diário em editorial onde defendeu a necessidade do Governo de Conte aplicar mais medidas para travar o surto.

Outra enfermeira também comoveu os transalpinos durante estes dias de crise de coronavírus. Alessia Bonari, de Milão, foi para as redes sociais fazer um relato cru da vida dos profissionais de saúde na linha da frente contra o coronavírus.

“Eu sou enfermeira e neste momento estou a enfrentar esta emergência médica”. A frase está escrita numa publicação na rede social Instagram na conta da enfermeira Alessia Bonari, sendo acompanhada por uma fotografia da mesma onde são visíveis marcas vermelhas na cara, que, aparentemente, devem-se ao facto de usar uma máscara de proteção durante muitas horas.

Perante a agora pandemia mundial, a enfermeira italiana desabafou nas redes sociais sobre o cansaço e as condições de trabalho que Bonari e os colegas estão a enfrentar, numa luta contra o tempo uma vez que os casos confirmados e as mortes por coronavírus continuam a aumentar, já se somando um total de mil mortos.

“Também tenho medo, mas não vou às compras, tenho medo de ir trabalhar”, sublinhou a enfermeira italiana. “Tenho receio porque a máscara pode não aderir bem ao rosto, ou posso ter tocado acidentalmente na pele com luvas sujas, ou talvez os óculos não cubram completamente os meus olhos e algo possa ter passado”, lê-se na publicação que já soma mais de 787 mil gostos e 27 mil comentários de apoio.

Além da exaustão mental, a profissional de saúde que se encontra na linha da frente afirmar estar “fisicamente cansada porque os dispositivos de proteção são maus, a farda faz-me suar e, uma vez vestida, não posso mais ir à casa de banho ou beber líquidos durante seis horas”.

“Estou psicologicamente cansada, como todos os meus colegas que estão na mesma condição há semanas, mas isso não nos impede de continuar a fazer o nosso trabalho como sempre o fizemos”, revelou a italiana. “Continuei a cuidar dos meus pacientes porque estou orgulhosa e apaixonada pelo meu trabalho”, escreveu a profissional.

“A quem está a ler a minha publicação, o meu pedido é que sejam altruístas, fiquem em casa e, assim, protegem os mais frágeis”, lê-se na publicação no Instagram. “Nós, jovens, não somos imunes ao coronavírus e também podemos ficar doentes”, explica a enfermeira.

“Não me posso dar ao luxo de voltar para minha casa em quarentena, tenho que trabalhar e fazer a minha parte. Peço-lhe que por favor faça o mesmo”, pediu a enfermeira que já se tornou viral nas redes sociais ao dar a cara pelos serviços de saúde italianos.

 

 

 

 

 

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Sono i un’infermiera e in questo momento mi trovo ad affrontare questa emergenza sanitaria. Ho paura anche io, ma non di andare a fare la spesa, ho paura di andare a lavoro. Ho paura perché la mascherina potrebbe non aderire bene al viso, o potrei essermi toccata accidentalmente con i guanti sporchi, o magari le lenti non mi coprono nel tutto gli occhi e qualcosa potrebbe essere passato. Sono stanca fisicamente perché i dispositivi di protezione fanno male, il camice fa sudare e una volta vestita non posso più andare in bagno o bere per sei ore. Sono stanca psicologicamente, e come me lo sono tutti i miei colleghi che da settimane si trovano nella mia stessa condizione, ma questo non ci impedirà di svolgere il nostro lavoro come abbiamo sempre fatto. Continuerò a curare e prendermi cura dei miei pazienti, perché sono fiera e innamorata del mio lavoro. Quello che chiedo a chiunque stia leggendo questo post è di non vanificare lo sforzo che stiamo facendo, di essere altruisti, di stare in casa e così proteggere chi è più fragile. Noi giovani non siamo immuni al coronavirus, anche noi ci possiamo ammalare, o peggio ancora possiamo far ammalare. Non mi posso permettere il lusso di tornarmene a casa mia in quarantena, devo andare a lavoro e fare la mia parte. Voi fate la vostra, ve lo chiedo per favore.

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