Como podem os seguros inovar?
A função primordial dos seguros é garantir segurança às pessoas. Segurança e proteção do património, da saúde e, no limite, da própria vida. As seguradoras não só podem como têm mesmo que inovar pois só dessa forma conseguirão sobreviver. A inovação, genericamente, terá que ir no sentido de dar mais segurança e mais proteção em relação às necessidades que já existem e às que se consiga prever que venham a existir. O teletrabalho, as formas cada vez mais diversas de nos transportarmos, os riscos de novas doenças, as fraudes informáticas, o trabalho remoto e os colaboradores nómadas são alguns dos desafios que as seguradoras enfrentam em termos de inovação. Também na área da melhoria da informação as seguradoras podem e devem inovar. É necessário e essencial que as seguradoras aproximem os produtos que vendem dos produtos que os seus clientes têm a perceção de estar a adquirir. O esforço global de inovação das seguradoras deverá centrar-se em garantir cada vez mais segurança na vida das pessoas assegurando cada vez mais proteção ao seu património, à sua saúde e, genericamente à sua qualidade de vida longe de “sustos e imprevistos”. Que bom que é ter uma seguradora que nos ajuda e apoia nesses momentos.
Quais os grandes riscos do momento com os quais os seguradores terão de se preocupar: cibernético, envelhecimento da população, geopolítico ou outros?
Todos os riscos acima identificados já são, hoje, motivo de preocupação para as seguradoras. Parece-me, no entanto, que as seguradoras devem dedicar mais atenção aos riscos que se podem verificar em momentos, e com consequências, mais imprevisíveis. Os riscos cibernéticos e da economia digital parecem-nos ser os que devem ser objeto de maior atenção. Mas a preocupação das seguradoras deve centrar-se também, e muito, nas alterações climáticas e na frequência com que, cada vez mais, ocorrem fenómenos meteorológicos extremos. Cada vez mais se observam fenómenos climáticos de natureza devastadora e as seguradoras devem focar-se, e preocupar-se, cada vez mais com o aumento da proteção de pessoas e bens afetadas por estes fenómenos. Acresce que ao longo dos tempos as seguradoras têm contribuído para criar “boas práticas” de proteção contra os riscos. Também com isso as seguradoras se devem preocupar cada vez mais. Imagine-se um produto que pretende prevenir ataques cibernéticos. Se na configuração desse produto a seguradora premiar “boas práticas” dos seus clientes estará a contribuir para minimizar os riscos de ocorrência de sinistros e, principalmente, as suas consequências.
Estão os consumidores nacionais, famílias e empresas, cientes dos riscos que correm na sua vida e da necessidade de terem coberturas adequadas?
A nossa experiência obriga-nos, em consciência, e particularmente no caso de consumidores particulares, a responder negativamente a esta pergunta. Seria muito importante que os consumidores nacionais se habituassem a ver os seguros como algo muito dinâmico e que, por isso mesmo, carece de permanente atualização e cuidado. E quando dizemos atualizados referimo-nos não só aos capitais seguros mas também às diversas coberturas que nos são oferecidas. Por norma as apólices de seguro, depois de subscritas, “arrumam-se na gaveta” e só saem no momento dos sinistros. Quando saem, e dependendo do tempo decorrido, podem estar obsoletas e desajustadas da realidade. O risco seguro pode já não corresponder ao risco real e a proteção conferida ser meramente aparente. Um bom princípio é agendar, pelo menos uma vez por ano, um dia para se rever o que temos seguro, e de que forma, bem como aquilo que não está mas deveria estar seguro. Se o nosso património, a nossa vida e a nossa saúde não são imutáveis as nossas apólices de seguro que lhes estão associadas também não o podem ser.
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