[weglot_switcher]

Assembleia Municipal de Lisboa aprova aumento da taxa turística a partir de setembro

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje a proposta de aumento do valor da taxa turística de dormida, de dois para quatro euros por noite, para entrada em vigor “a partir de 01 de setembro”.
23 Julho 2024, 20h53

A proposta foi aprovada com os votos contra de PEV, PCP e Chega, a abstenção da IL, e os votos a favor de BE, Livre, dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS, PSD, PAN, MPT, PPM, Aliança, CDS-PP e deputada não inscrita Margarida Penedo (que se desfiliou do CDS).

Depois de ter sido submetida a consulta pública, por um período de 30 dias, a proposta da câmara, sob liderança de PSD/CDS, mantém-se inalterada quanto à ideia de aumentar o valor da taxa turística de dormida, passando de dois para quatro euros, por hóspede e por noite.

O documento inclui também a atualização da taxa turística de chegada por via marítima, de um para dois euros, por passageiro, ainda que o valor que agora se propõe atualizar é o que começou a ser aplicado este ano, com o início da cobrança desta taxa aos passageiros de cruzeiro.

Segundo a proposta, a câmara pretende “a entrada em vigor da Taxa Municipal Turística de Dormida a partir de 01 de setembro e da Taxa Municipal Turística de Chegada por Via Marítima no dia seguinte ao da publicação da alteração ao Regulamento em Diário da República”.

Na reunião plenária da assembleia, o PCP sublinhou que o valor arrecadado pelo município com a taxa turística, desde a sua criação em 2016, não tem sido utilizado na mitigação dos impactos mais negativos do turismo na cidade.

O Chega considerou “despropositado” o aumento do valor da taxa, perspetivando que será “mau para a economia da cidade”, inclusive para quem investiu no alojamento local.

A Iniciativa Liberal (IL), que se absteve, apontou a falta de contabilidade analítica para a imputação de custos do turismo e questionou a aplicação das verbas arrecadadas com esta taxa.

Defendendo que “a aposta no turismo deverá ser acompanhada por uma estratégia integrada que promova o equilíbrio social, a sustentabilidade e a garantia do acesso à habitação”, o PS manifestou apoio ao aumento do valor da taxa turística, lembrando que no passado o PSD votou contra esta medida e criticou os socialistas pela implementação de “taxas e taxinhas”.

“As externalidades do turismo têm de ser combatidas e a qualidade de vida dos lisboetas reposta”, afirmou o PS, exigindo um plano sobre o uso da receita desta taxa, que inclua o reforço da higiene urbana e dos transportes públicos da Carris, bem como a fiscalização do alojamento local e dos estabelecimentos de diversão noturna, criticando a “inação da câmara” nesta área.

Em resposta, a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), criticou a postura do PS “tão contra o turismo”, realçando que o turismo representa 40% do emprego em Lisboa.

Joana Almeida indicou que o aumento do valor da taxa turística “é um passo importante” para melhorar a qualidade e minimizar os impactos negativos do turismo, defendendo que “é necessário um equilíbrio” para um desenvolvimento sustentável.

A vereadora revelou que a câmara vai lançar um inquérito sobre a perceção dos residentes em Lisboa acerca do turismo, em particular no centro histórico, e vai desenvolver um estudo sobre o turismo na cidade, referindo que o aumento da taxa vai permitir gerir a pressão da “muita procura” por dormidas na capital e afirmando que a intenção é canalizar essa receita para a área da cultura e para a manutenção da cidade, inclusive higiene urbana, segurança e proteção civil.

A taxa turística em Lisboa começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras ou de alojamento local.

Inicialmente era de um euro por noite, mas em janeiro de 2019 aumentou para dois euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.