O assessor de Joacine Katar Moreira diz que não está arrependido de ter chamado um polícia para impedir que jornalistas fizessem perguntas à deputada. Em entrevista ao Expresso, Rafael Esteves Martins diz que o “arrependimento é uma coisa muito típica aqui do sul da Europa”.
“Lembro-me perfeitamente dessa terça-feira, porque antecedia a entrega do projeto de lei [da nacionalidade]. E havia a pressa de entregar isso. E falei com uma pessoa que estava a guardar não só o salão nobre, mas outra sala na qual decorria uma reunião, porque de facto tinha entrado um jornalista no gabinete a querer falar com a deputada”, afirma em entrevista ao podcast A Beleza das Pequenas Coisas.
“Nunca achei que nenhum jornalista lhe iria dar uma cabeçada. Tal como não achei que essa seria a forma de afastar o ímpeto da curiosidade jornalística. Apenas precisava chegar ao gabinete com a senhora deputada, precisávamos terminar o projeto lei”, argumenta.
O episódio polémico teve lugar a 26 de novembro quando o assessor chamou um guarda da GNR, a força policial responsável pela segurança dentro da Assembleia da República, para escoltar a deputada dentro do Parlamento para tentar impedir os jornalistas de colocarem perguntas à deputada do Livre tanto.
Esta situação ocorreu duas vezes no dia 26 de novembro com jornalistas da RTP e da SIC, com a situação a ser apanhada pelas câmaras das duas estações televisivas.
Os jornalistas tentaram questionar a deputada acerca da tensão vivida dentro do Livre e sobre os atrasos na entrega do projeto-lei sobre a nacionalidade, uma das bandeiras eleitorais do partido que Joacine Katar Moreira acabou por abandonar juntamente com o seu assessor.
Na ocasião, Rafael Esteves Martins, e o guarda da GNR serviram de barreira para impedir as perguntas dos jornalistas.
Na altura, o assessor garantiu que estava preparado para voltar a pedir escolta policial se os jornalistas continuassem a questionar a deputada. “Não haverá outra forma”, disse ao Observador.
A polémica levou a Assembleia da República a vir a público esclarecer que os elementos da GNR “só podem intervir quando estiver em causa a segurança dos senhores deputados”, disse então à agência Lusa o secretário-geral da Assembleia da República, Albino Azevedo Soares. O caso levou mesmo o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a pedir explicações aos serviços de segurança do parlamento.
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