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Associação teme impacto das tarifas na alimentação animal e propõe acordos

Segundo as previsões da IACA (Associação Portuguesa de Industriais de Alimentos Compostos para Animais), o aumento de custos poderá ser de até 145 milhões de euros.
7 Abril 2025, 16h00

A Associação Portuguesa de Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA) disse hoje temer que a guerra comercial entre os EUA e a União Europeia (UE) possa comprometer o setor e propõe acordos transatlânticos entre os dois blocos.

Segundo as previsões da IACA, o aumento de custos poderá ser de até 145 milhões de euros.

“A IACA teme que a aplicação de taxas aduaneiras entre os EUA e a UE possa comprometer a produção de alimentos para animais, a competitividade do setor pecuário e causar instabilidade e aumento de preços na alimentação em Portugal”, avisou, em comunicado.

As empresas propõem assim acordos comerciais transatlânticos entre os dois blocos, de modo a evitar a subida dos preços na alimentação.

A associação mostrou-se preocupada com a resposta da UE à aplicação, pelos EUA, de uma tarifa de 25% nas importações de aço e alumínio e de 20% sobre outros produtos, prevendo um sobrecusto de 20 a 25% sobre o valor de determinadas matérias-primas.

Em Portugal, as empresas de alimentação animal importam dos EUA 18% do milho e 36% da soja de que necessitam, num total de 240 milhões de euros.

“Preconizando que uma parte desses aumentos seja refletida na cadeia de valor deste setor, alimentos como carne, peixe, leite e ovos terão os seus preços agravados no consumidor”, apontou.

Citado na mesma nota, o presidente da IACA, Romão Braz, mostrou-se desfavorável a uma eventual retaliação da UE aos EUA vir a incluir os produtos agrícolas.

“Estas matérias-primas estão na base da produção alimentar. É bom recordar que em Portugal, desde o início da guerra com a Ucrânia, o cabaz de alimentos essenciais já subiu mais de 30%. Na realidade, não entendemos como se podem equacionar medidas com previsível impacto em bens essenciais”, defendeu.

A IACA conta com 55 associados, que representam 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas de produção animal.

O setor da alimentação animal tem um volume de negócios anual de 2.300 milhões de euros, o que representa 12,5% da faturação da agroindústria.

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