[weglot_switcher]

Ataques dos Houthis podem comprometer preço do petróleo

A AllianzGI é apenas mais uma das consultoras internacionais a evidenciarem que a tensão vivida no Mar Vermelho pode fazer disparar o preço do crude. Algo que não aconteceu com a guerra na Palestina.
Reuters
18 Janeiro 2024, 12h20

“As tensões no Médio Oriente aumentaram ainda mais com ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido contra rebeldes Houthi depois da apreensão de um petroleiro. Acreditamos que o petróleo deverá ser o principal canal de transmissão do conflito aos mercados”, revela um research da AllianzGI.

“O lançamento de ataques aéreos pelos EUA e pelo Reino Unido contra militantes baseados no Iémen representa uma escalada dramática no conflito de três meses no Médio Oriente. As ações vêm em retaliação aos ataques dos rebeldes Houthi apoiados pelo Irão em navios comerciais no Mar Vermelho, que causaram semanas de interrupção numa das rotas marítimas mais movimentadas do mundo”.

Chamando a atenção para que “os Houthis prometeram continuar a visar o transporte marítimo em resposta à guerra de Israel em Gaza”, em 15 de janeiro atacou um navio de carga de propriedade dos estados Unidos no Golfo de Aden”.

Neste contexto, diz a AllianzGI, há uma clara “ameaça aos preços do petróleo. Acreditamos que o petróleo será provavelmente a principal transmissão direta do conflito para os mercados (como foi no imediatamente após o conflito Israel-Hamas)”. O documento lembra que a 12 de janeiro, “os preços do petróleo subiram 4% para mais de 80 dólares por barril pela primeira vez em 2024 e vemos potencial para ganhos adicionais se as ações militares aumentarem”.

A última subida do preço do petróleo surge “depois de a Associação Internacional de Proprietários Independentes de Petroleiros (INTERTANKO), aconselhar os seus membros a evitarem as águas ao largo do Iémen, alertando para que essa ameaça ao transporte marítimo pode durar vários dias. A principal preocupação dos mercados e o maior catalisador para aumentar os preços do petróleo é se o conflito se espalhar para o Estreito de Ormuz”.

“Os preços do petróleo são vulneráveis à turbulência política”, refere a consultora, particularmente quando essa turbulência está “centrada em torno do Estreito de Ormuz”, o que “poderá provocar aumentos de preços”. Mas recorda também que “na verdade, o estreito nunca foi fechado, apesar das muitas ameaças ao longo da história. Embora concordemos que a probabilidade de um encerramento é baixa, pensamos que os mercados podem estar a ser demasiado otimista dada a imprevisibilidade” que assola a região.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.