Os dados definitivos dos índices de gestores de compras (PMI) para a zona euro em julho mostram um abrandamento ainda mais pronunciado da atividade do que inicialmente estimado, depois de a leitura rápida ter sido revisto em baixa na divulgação desta quinta-feira.
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O indicador de confiança caiu para um mínimo de oito meses ao ser revisto em baixa em relação à estimativa inicial, de 48,9 para 48,6. A expectativa do mercado estava alinhada com a leitura rápida divulgada inicialmente, que já representava uma descida em relação aos 49,9 registados em junho.
A indústria continua a ser o principal foco de fraquezas na economia europeia, enfrentando custos acrescidos, sobretudo pela energia e pelos juros em alta, à medida que a procura recua e o rendimento disponível das famílias cai.
Ainda assim, também os serviços começam a dar sinais de fraqueza, o que se traduz em dois efeitos opostos: por um lado, os decisores de política monetária já reconhecerem querer ver alguns sinais de arrefecimento no sector terciário, menos sensível às subidas de juros; por outro, os serviços vinham mantendo a economia da moeda única acima da recessão, pelo que um afrouxamento pode traduzir-se em crescimento nulo nos próximos meses.
Olhando por país, Espanha é a única das quatro principais economias europeias a manter-se acima de 50 no índice, ou seja, em território de crescimento e expansão da economia. Em sentido inverso, Itália, França e Alemanha encontram-se abaixo deste nível, embora a leitura rápida para a Alemanha até tenha sido marginalmente corrigida em alta, de 48,3 para 48,5.
Este cenário deixa antever um crescimento mais fraco do que os 0,3% em cadeia antecipados pelo Banco Central Europeu (BCE), projeta a Pantheon Macro, e levará também a uma revisão das projeções macro do banco em setembro. Christine Lagarde, presidente do organismo, destacou a importância destas previsões da mais recente conferência de imprensa de política monetária, onde sublinhou a dependência dos dados nas decisões futuras da instituição.
Ao mesmo tempo, os dados sobre crescimento salarial no segundo trimestre devem forçar a autoridade monetária a subir juros uma vez mais, fechando o ciclo de aperto das condições de financiamento em 4,0%, continua a Pantheon.
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