Existem sérias dúvidas sobre o real retrato das contas do Metropolitano de Lisboa (ML) referentes a 2018, enviadas ontem, dia 18 de julho, pela empresa pública à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Nesse documento, o relatório de auditoria da BDO emite várias reservas, a principal das quais tem a ver com a forma como a administração do ML tem vindo a contabilizar no seu balanço os investimentos em infraestruturas de longa duração (ILD), assim como o respetivo financiamento.
“Não é claro o enquadramento legal ou contratual, que tem vindo a ser assumido pelo Grupo, da eventual obrigação do Estado de reembolsar o Grupo pela parte não subsidiada do investimento em ILD e pelos gastos associados ao seu financiamento, subsistindo assim uma importante incerteza quanto à recuperação dos valores investidos em ILD e à forma e valor de realização da referida conta a receber do Estado de 2.955 milhões de euros, o que configura uma limitação ao âmbito do nosso trabalho no que respeita à valorização dos referidos ativos e ao impacto desta política contabilística nos resultados e no capital próprio do Grupo”, revela o referido relatório de auditoria da BDO.
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