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Augusto Santos Silva avança pelo círculo de Fora da Europa, no qual o PS ainda não elegeu no século XXI

Ministro dos Negócios Estrangeiros representa aposta arriscada do PS num círculo eleitoral marcado por baixíssima participação dos eleitores e pelo domínio dos candidatos do PSD. Último socialista a ser eleito por Fora da Europa remonta às legislativas de 1999.
  • Cristina Bernardo
23 Julho 2019, 15h13

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vai ser o cabeça de lista do PS por Fora da Europa. Trata-se de uma escolha arriscada para um dos “pesos-pesados” do Executivo de António Costa, visto que os socialistas não elegem nenhum deputado por esse círculo da emigração desde as legislativas de 1999, sendo esses dois lugares na Assembleia da República que tendem a ser ocupados por sociais-democratas.

Na legislatura que agora chegou ao fim o círculo de Fora de Europa elegeu José Cesário e Carlos Páscoa Gonçalves, ambos do PSD, na sequência da vitória da coligação Portugal à Frente, que obteve 48,46% dos votos. E o PS ficou apenas no terceiro lugar, com 10,83%, vendo-se ultrapassado pelo Nós, Cidadãos, que registou 17,90% dos votos.

Tradicionalmente marcadas por uma participação muito reduzida, que chega a ficar aquém dos dez mil eleitores nos diversos consulados espalhados pela América, África, Ásia e Oceania, as votações no círculo de Fora da Europa têm sido dominadas pelo PSD, que obteve mais de metade dos votos e os dois deputados em todas as outras legislativas realizadas no século XXI. Pelo contrário, tende a haver equilíbrio no círculo da Europa, no qual é habitual que um social-democrata e um socialista representem os emigrantes na Assembleia da República.

A escolha de Augusto Santos Silva foi explicada à Lusa por Ana Catarina Mendes, secretária-geral-adjunta do PS, com o “trabalho muito importante de proximidade junto das comunidades portuguesas” realizado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, que “entre outras medidas com grande impacto, concretizou o recenseamento automático, aumentando os direitos de participação”.

Ana Catarina Mendes defendeu que esta candidatura traduz a “importância” que os socialistas concedem às questões da diáspora e “vai seguramente prestigiar o PS, porque, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, teve sempre uma ação de destaque no apoio às nossas comunidades espalhadas pelo mundo”.

Já pelo círculo da Europa os socialistas escolheram o atual deputado Paulo Pisco.

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