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Aumentar complexidade de produção tem um impacto esperado no rendimento ‘per capita’ potencial entre 307 e 335 euros

Diversificação da estrutura produtiva da cadeia de valor aeroespacial, ou seja, com maior complexidade económica, terá um forte impacto para o crescimento da economia, segundo estudo publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
  • Darren Staples/Reuters
3 Outubro 2018, 11h30

Portugal deverá apostar na produção de máquinas e equipamentos, produtos químicos, plásticos, borracha e produtos nestes materiais e material de transporte como bens ‘chave’ para impulsionar a competitividade da economia portuguesa. Esta é a conclusão de um estudo apresentado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), esta quarta-feira, na Jornada de Economia e Competitividade, realizada no Porto.

O estudo “Diversificação e crescimento da economia portuguesa”, coordenado pela professora da Universidade Católica do Porto Leonor Sopas, prevê que uma diversificação da estrutura produtiva,com maior complexidade económica, nomeadamente do setor aeroespacial, tem um impacto esperado no rendimento per capita potencial português entre os 307 e 335 euros.

“É interessante notar que estes valores são apenas ligeiramente superiores aos alcançados com uma eventual aposta em produtos-oportunidade na secção de máquinas e equipamentos, que são menos exigentes em termos de novas capacidades a desenvolver”, identificam os autores.

Os autores do estudo defendem que será possível aumentar o rendimento per capita futuro de um país tornando a sua estrutura produtiva mais complexa, sendo para tal “desejável desenhar políticas públicas que promovam a diversificação produtiva, nomeadamente desenvolvendo as capacidades necessárias ao fabrico de produtos complexos”.

Neste sentido, sublinham a existência de conhecimento e tecnologia “que podem ser facilmente adquiridos no mercado mundial”, mas que existe “conhecimento que apenas existe no cérebro das pessoas, sendo difícil de transmitir porque não é totalmente traduzível em palavras, códigos ou materializado em objetos”.

“Trata-se de conhecimento tácito, de saber-fazer, que neste estudo designamos por capacidade. A transmissão de capacidades ocorre através de processos demorados de imitação e repetição, envolvendo aprendizagem por tentativa e erro, o que explica as dificuldades e lentidão observadas na sua difusão à distância”, realçam.

Identificam ainda que as empresas e outras organizações do cluster das tecnologias de produção devem responder a quatro condições institucionais consideradas indispensáveisprodução: o aprofundamento da cooperação entre empresas, assim como entre estas e as universidades; a atração e formação de jovens, conferindo-lhes qualificações específicas para trabalharem nas empresas do cluster; uma maior estabilidade do financiamento à investigação e à inovação; e a promoção da visibilidade do cluster, ao nível nacional e internacional.

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