“Os democratas que acreditam nos valores europeus”, disse Pierre Moscovici no twitter, “precisam de estar de olho na coligação que está agora no poder na Áustria”. O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros não é o único que está preocupado com o governo que junta o Partido do Povo (OVP) e a extrema-direita do Partido da Liberdade (FPO).
Um artigo do site Politico publicado esta segunda-feira, classifica o governo austríaco como sendo “não muito pró-europeu”, notando como o FPO faz parte de uma família política que se opõe frontalmente à União Europeia, e o facto de Marine Le Pen, líder da Frente Nacional francesa, ter visto a sua chegada ao poder como “uma excelente notícia”.
“Nós somos opositores da União Europeia”, disse Le Pen. “Acho que isso é algo que temos em comum [com o FPO] porque a União Europeia é uma organização desastrosa, que está a conduzir o nosso continente à destruição através da diluição ao afogá-lo em migrantes, pela negação dos nossos respetivos países, pela desertificação da nossa diversidade”, acrescentou.
Mas para políticos como Moscovici ou o secretário de Estado para os Assuntos Europeus de Itália Sandro Gozi, também citado no artigo do Politico, “nunca são boas notícias quando a extrema-direita faz parte de um governo”.
Algumas das posições que o FPO tem tomado, como a imposição de barreiras fronteiriças para barrar a entrada de migrantes e refugiados, ou o seu anti-europeísmo, para não falar da sua atitude pró-russa (o FPO assinou um acordo de parceira com o partido de Vladimir Putin), fazem com que a maioria dos outros governos europeus receiem o que poderá vir a ser política austríaca no futuro próximo, e o impacto que esta terá no rumo da União Europeia.
O facto de as pastas dos Negócios Estrangeiro e da Defesa irem ficar nas mãos do FPO dificilmente aliviará os receios dos parceiros europeus. Talvez por isso, o primeiro-ministro e líder do OVP, Sebastian Kurz, tenha chamado para si maiores responsabilidadesd sobre a política europeia do país. No entanto, o próprio Kurz já adoptou algumas posições , como na questão dos refugiados, críticas da atual política europeia, podendo vir a ser ele próprio uma fonte de conflito com os seus congéneres.
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