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Áustria: O Governo “não muito pró-europeu” que Le Pen aplaude

O governo de coligação entre Partido do Povo (OVP) e a extrema-direita do Partido da Liberdade (FPO) está a preocupar os líderes europeus, devido às posições críticas em relação a algumas políticas da UE.
18 Dezembro 2017, 19h50

“Os democratas que acreditam nos valores europeus”, disse Pierre Moscovici no twitter, “precisam de estar de olho na coligação que está agora no poder na Áustria”. O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros não é o único que está preocupado com o governo que junta o Partido do Povo (OVP) e a extrema-direita do Partido da Liberdade (FPO).

Um artigo do site Politico publicado esta segunda-feira, classifica o governo austríaco como sendo “não muito pró-europeu”, notando como o FPO faz parte de uma família política que se opõe frontalmente à União Europeia, e o facto de Marine Le Pen, líder da Frente Nacional francesa, ter visto a sua chegada ao poder como “uma excelente notícia”.

“Nós somos opositores da União Europeia”, disse Le Pen. “Acho que isso é algo que temos em comum [com o FPO] porque a União Europeia é uma organização desastrosa, que está a conduzir o nosso continente à destruição através da diluição ao afogá-lo em migrantes, pela negação dos nossos respetivos países, pela desertificação da nossa diversidade”, acrescentou.

Mas para políticos como Moscovici ou o secretário de Estado para os Assuntos Europeus de Itália Sandro Gozi, também citado no artigo do Politico, “nunca são boas notícias quando a extrema-direita faz parte de um governo”.

Algumas das posições que o FPO tem tomado, como a imposição de barreiras fronteiriças para barrar a entrada de migrantes e refugiados, ou o seu anti-europeísmo, para não falar da sua atitude pró-russa (o FPO assinou um acordo de parceira com o partido de Vladimir Putin), fazem com que a maioria dos outros governos europeus receiem o que poderá vir a ser política austríaca no futuro próximo, e o impacto que esta terá no rumo da União Europeia.

O facto de as pastas dos Negócios Estrangeiro e da Defesa irem ficar nas mãos do FPO dificilmente aliviará os receios dos parceiros europeus. Talvez por isso, o primeiro-ministro e líder do OVP, Sebastian Kurz, tenha chamado para si maiores responsabilidadesd sobre a política europeia do país. No entanto, o próprio Kurz já adoptou algumas posições , como na questão dos refugiados, críticas da atual política europeia, podendo vir a ser ele próprio uma fonte de conflito com os seus congéneres.

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