A antiga presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou hoje que a governança do PS com “a esquerda radical”, inclusive o BE, “é o caminho da ruína do país”, apoiando o candidato social-democrata Carlos Moedas à Câmara de Lisboa.
“Numa política de esquerda como aquela que tem estado a ser seguida não se pode esperar apoios para a redução de impostos, nem para as empresas nem para a classe média. Portanto, é contra isto que temos de lutar e mudar”, afirmou a social-democrata Manuela Ferreira Leite, em declarações aos jornalistas, no âmbito da sua presença numa ação de campanha do cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, com uma visita ao Mercado de Alvalade e um percurso pelas ruas adjacentes.
Questionada sobre as diferenças entre os dois principais candidatos à presidência da Câmara de Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas e o socialista Fernando Medina, que é o atual presidente da Câmara de Lisboa, a antiga presidente do PSD disse que “são realmente duas pessoas que nada tem a ver uma com a outra no sentido do seu projeto e da sua forma de estar”.
“São dois jovens e isso é o aspeto que eu consigo arranjar em comum, mas um deles é totalmente dependente e é uma voz e é a execução de uma política de Governo que tem uma aliança há vários anos e se prepara para querer mais em termos governativos, com a esquerda radical do país, e todos sabemos o quanto isto nos leva a empobrecer”, apontou Manuela Ferreira Leite, referindo-se ao socialista Fernando Medina.
Para a social-democrata, o país está num caminho de “empobrecimento”, situação que “não vale a pena negar, porque os factos, os números, as realidades, assim o dizem”, e “esse caminho está personificado, totalmente, em Lisboa, com o presidente da Câmara a ser um dos porta-vozes desse tipo de política, como de resto já anunciou que se prepara para se aliar ao Bloco de Esquerda”.
“Considero que esse é o caminho da ruína do país, que está à vista, que não nos dá futuro, que vemos os jovens a emigrar, que não é por tirar um bocadinho de impostos que eles virão, que temos uma carga fiscal absolutamente insuportável que não dá perspetivas a ninguém, não dá perspetivas a empresas, portanto não dá perspetivas de crescimento”, declarou a antiga presidente do PSD.
Ferreira Leite indicou que “Lisboa é um exemplo de um início de mudança”, explicando que esse início de mudança tem a ver com a política nacional e local.
“Lisboa não tem futuro, Lisboa vai ser daqui a uns anos povoada por velhos, mas velhos pobres e, nessa perspetiva de futuro, eu pergunto: para que servem as ciclovias? Não são os velhos que andam de bicicleta, não são os pobres que andam de bicicleta. Os pobres vão ser atropelados pelas ciclovias, porque, como sabem, é um tipo de transporte que não faz barulho, que a pessoa tem de ir atenta e os velhos deixaram de poder andar atentos em Lisboa”, avançou, confidenciando que ela própria, há poucos dias, foi por um triz que não foi atropelada no passeio na Avenida Duque de Ávila.
Sobre o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à Câmara de Lisboa, a antiga presidente do PSD considerou que “o engenheiro Carlos Moedas é uma lufada de ar fresco na política”.
“Quando vocês às vezes dizem que ele é pouco agressivo, […] estão à espera de verem, exatamente, o mesmo tipo de protagonismo que se vê noutros políticos, é exatamente isso: ele é diferente e dever-se-á mostrar diferente, porque para o mesmo nós não queremos”, reforçou Manuela Ferreira Leite, lembrando os tempos em que era presidente do PSD e contou com Carlos Moedas para dirigir o gabinete de estudos do partido, em que “fez um trabalho absolutamente extraordinário, sério e profundo”, sem se propagandear por isso.
Relativamente às hipóteses de Moedas vencer a Câmara de Lisboa, Ferreira Leite sublinhou que “em democracia as hipóteses não estão na pessoa, estão nos eleitores e os eleitores é que sabem se querem ou não continuar, se estão ou não estão fartos, se veem ou não veem perspetivas de futuro no país e, nomeadamente, também na cidade, com este tipo de governação, com este tipo de ideologia que está, totalmente, espelhada e personificada também pelo Fernando Medina”.
“Se as pessoas estão fartas e, de seguida, votam nos mesmos, não se queixem, a única coisa que posso dizer é que, nessa altura, somos um país infeliz”, frisou.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa, no próximo dia 26, Fernando Medina (coligação PS/Livre) Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
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