Von der Leyen foi clara nas suas metas ambiciosas. E enumerou temas cruciais que têm sido evitados por Lisboa, como a tributação dos lucros excessivos das empresas do setor energético ou o tabelamento de preços.
Neste momento, a única certeza que temos é que há um cancro de insatisfação a alastrar por todo o mundo do trabalho, incapaz de dar respostas às necessidades da sociedade.
O cansaço coletivo manifesta-se agora mais do que nunca. Não podendo ter ritmos de trabalho mais saudáveis, importa ajustarmos o tempo de férias às nossas necessidades reais, e não àquilo que se espera socialmente de nós.
Em Portugal temos demasiadas áreas e setores em que produzimos baixo valor acrescentado com tempos de trabalho elevados. Este é o paradigma que urge mudar na próxima década se queremos manter as gerações mais qualificadas no país.
Se permitirmos que a fome seja de novo usada como arma de guerra, então já estamos a perder a guerra contra a Rússia com a nossa passividade. O que julgávamos ter ficado para trás, nos livros de História, pode tornar-se o novo normal.