[weglot_switcher]

Auto Estradas do Douro Litoral vendida ao fundo Igneo

A Strategic Value Partners lembra que a transação ainda está sujeita às aprovações das entidades reguladoras, mas perspetiva que a venda seja concluída até ao fim do ano.
18 Julho 2024, 13h06

A Auto Estradas do Douro Litoral (AEDL) foi vendida ao fundo Igneo Infraestruture Partners, apurou o Jornal Económico. A Strategic Value Partners colocou a AEDL à venda em fevereiro deste ano, numa segunda tentativa da venda da concessionária de autoestradas, tal como avançou o Jornal Económico.

A Strategic Value Partners comprou a AEDL à Brisa em 2021 e à segunda tentativa, desencadeada em setembro do ano passado, vendeu mesmo a concessionária de autoestradas.

“Os fundos de investimento geridos, direta e indiretamente, pelo Strategic Value Partners e suas afiliadas e outros investidores minoritários, acordaram a venda da concessionária Auto-Estradas do Douro Litoral (AEDL) a fundos geridos pela Igneo Infrastructure Partners”, lê-se no comunicado a que o JE teve acesso.

O valor do negócio não foi revelado.

A empresa lembra que a transação ainda está sujeita às aprovações das entidades reguladoras, mas perspectiva que a venda seja concluída até ao fim do ano.

O Goldman Sachs International e a Natixis Partners Iberia atuaram como assessores financeiros e a CS’Associados e a PLMJ como assessores jurídicos da venda.

A AEDL, a quem foi atribuída a concessão do Douro Litoral em 2007, explora e mantém as estradas com portagem A41, A43 e A32 (com uma extensão total de 73 km), criando ligações ao Porto e áreas circundantes.

“A AEDL explora a concessão das auto-estradas do Douro Litoral, que inclui três auto-estradas com portagem (A32, A41 e A43) na área metropolitana do Porto, com 73 km, e que são uma parte essencial da infraestrutura rodoviária regional de Portugal”, avança a SVP que lembra ainda que a concessão foi atribuída à AEDL em 2007 por um período de 27 anos, tendo as operações começado em 2012.

“Sob a gestão da SVP, o tráfego rodoviário da AEDL aumentou a uma Taxa de Crescimento Anual Composto (CAGR) de 16%, excedendo os níveis pré-Covid em 37% e tornando-a a estrada com portagem com o crescimento mais rápido em Portugal”, avança o fundo de private equity em comunicado.

“Agradecemos à SVP pela sua parceria, que conduziu a melhorias financeiras e operacionais significativas na concessão. Estamos prontos para a próxima fase de crescimento da nossa empresa, damos as boas-vindas à Igneo como novo acionista e esperamos trabalhar com eles nos próximos anos”, comentou sobre a venda o CEO da AEDL, Tiago Rodrigues, citado no  comunicado.

“A AEDL é um ativo sólido com perspetivas futuras ambiciosas, que continuará a desempenhar um papel crucial no desenvolvimento económico da região como uma componente fundamental da infraestrutura da área Metropolitana do Porto”, acrescenta o gestor.

Já Hamish Lea-Wilson, sócio e responsável da Igneo para a Europa, sustentou que o fundo “está satisfeito” por ter acordado a aquisição da AEDL. “A carteira de autoestradas combina um longo historial, um forte crescimento do tráfego e um perfil de fluxo de caixa atrativo – acreditamos que será uma grande adição à nossa carteira de diversos ativos de infraestruturas em toda a Europa”, acrescenta.

A Strategic Value Partners comprou a AEDL à Brisa em 2021, uma vez que a empresa estava em incumprimento das suas obrigações em relação a dívidas. Nesta altura, a compradora mudou a equipa de gestão.

Em julho do ano passado renegociou o contrato de prestação de serviços de operação e manutenção, que era feita pelo grupo Brisa, passando-o para a esfera da Ascendi.

O managing director da SVP, Álvaro Fabrian, assume que a “AEDL tem sido um investimento de grande sucesso”, tendo permitido “demonstrar todos os pilares fundamentais da nossa filosofia de investimento”.

“Depois de liderarmos a reestruturação financeira da empresa, melhorámos as operações e o desempenho”, acrescenta em comunicado.

Na corrida para a compra da AEDL estavam interessados a espanhola Abertis, os fundos de infraestruturas Icon Infrastructure e Vauban Infrastructure Partners e ainda a Ascendi em consórcio com a Dif Capital Partners. No início do mês, o “El Economista” tinha avançado que a oferta da Abertis avaliava a AEDL em 300 milhões de euros.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.