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Avante!: Se não paga imposto, claramente não é um Festival de Verão

Tal como no 1º de Maio, foi o PS e o Governo que decidiram que em Portugal fazia realmente sentido a máxima socialista/comunista de a lei e o sacrifício para muitos, os privilégios só para os nossos! A argumentação do PS e do Governo para apoiar a Festa do Avante, apesar de proibir todos os festivais de verão, é claramente hilariante a todos os níveis. É também a confirmação de que em Portugal sempre fomos um país de dois níveis: os privilegiados e todos os outros. O Governo e o PS afirmam que a Festa do Avante não é um Festival de Verão e por isso não fica proibido como todos os restantes. Têm toda a razão! O Avante não paga impostos sobre as operações comerciais e os rendimentos obtidos há já muitos anos! Todos nós sabemos disso, todos nós vivemos com isso, mas ninguém ou quase ninguém se incomoda com isso.
28 Maio 2020, 07h15

Os últimos tempos têm sido pródigos em revolta contra decisões do Partido Comunista Português e de outras organizações associadas. Começou com o 1º de Maio em que a CGTP decidiu, apesar da pandemia e das recomendações de saúde pública e das limitações, até legais, que estavam em vigor nessa altura, organizar uma concentração de 500 pessoas em Lisboa. O momento de revolta colectiva contra uma visão que já conhecemos de outros países comunistas, por todo o mundo: o sacrifício para todos, menos para nós próprios, prolongou-se até sermos todos confrontados com uma decisão ainda mais constrangedora. Apesar de proibidos todos os Festivais de Verão, o PCP decidiu que vai organizar o seu tradicional evento de verão, a Festa do Avante!.

Esta decisão do PCP teve o apoio e conivência do Governo da República e do PS. Tal como no 1º de Maio, foi o PS e o Governo que decidiram que em Portugal fazia realmente sentido a máxima socialista/comunista de a lei e o sacrifício para muitos, os privilégios só para os nossos! A argumentação do PS e do Governo para apoiar a Festa do Avante, apesar de proibir todos os festivais de verão, é claramente hilariante a todos os níveis. É também a confirmação de que em Portugal sempre fomos um país de dois níveis: os privilegiados e todos os outros. O Governo e o PS afirmam que a Festa do Avante não é um Festival de Verão e por isso não fica proibido como todos os restantes. Têm toda a razão! O Avante não paga impostos sobre as operações comerciais e os rendimentos obtidos há já muitos anos! Todos nós sabemos disso, todos nós vivemos com isso, mas ninguém ou quase ninguém se incomoda com isso. Assim sendo, se neste aspecto básico da nossa vida em sociedade sempre permitimos que a Festa do Avante funcionasse com um privilégio inigualável e em clara concorrência desleal face aos outros, porque é que agora íamos todos ficar muito preocupados e revoltados com o facto de continuarmos a aplicar a mesma regra de excepção? Se o PCP, sempre muito revoltado contra o capitalismo, pode não só organizar uma Festa em “regime capitalista” como também beneficiar de planeamento fiscal para poupar uns quantos milhares de euros, todos os anos, em impostos e assim colocar os trabalhadores (que afirmam proteger) a pagar a conta, porque é que não poderia organizar essa mesma Festa quando mais ninguém pode?

Nós não nos revoltamos com estas benesses fiscais do PCP, e outras de outros partidos, primeiro porque não somos organizadores de outros festivais e por isso não temos que aprender a viver num mercado que funciona como um campo de futebol desnivelado e onde uns começam logo com uma vantagem competitiva enorme e depois, porque quase sempre nos esquecemos que os impostos que uns não pagam, têm que ser pagos pelos outros! Se o Estado não consegue cobrar impostos a uns, tem que dividir essa conta por todos os outros! Talvez se todos os anos nos chegasse a casa quanto é que nos custou cada benesse fiscal que os partidos e outras organizações têm direito começássemos a analisar mais a fundo a conveniência de cada uma dessas benesses.

Mais recentemente, a revolta teve nosso capítulo quando o PCP, ainda não satisfeito, anunciou que tem intenção de organizar um comício já no mês de Junho. Novamente espera-se que nenhuma oposição governamental e legal se levante, afinal somos todos iguais, só que alguns são mais iguais que outros!

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