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Azul e dourado de regresso. Passaporte britânico vai ser emitido em março

O anúncio foi feito pela secretária do Interior, Priti Patel, que colocou a imagem do novo passaporte no Twitter. O passaporte azul e dourado vai voltar a ser emitido pela primeira vez depois de três décadas, quando se instalou o passaporte de aspeto único em 1988.
22 Fevereiro 2020, 20h23

iazul Depois de se passarem a pertencer à União Europeia, o passaporte britânico sofreu a mudança do azul para o vermelho. Agora, com o Brexit já instalado, a partir do próximo mês, o passaporte do Reino Unido regressa às suas cores azul e dourado.

O anúncio foi feito pela secretária do Interior, Priti Patel, que colocou a imagem do novo passaporte no Twitter. O passaporte azul e dourado vai voltar a ser emitido pela primeira vez depois de três décadas, quando se instalou o passaporte de aspeto único em 1988.

No entanto, o aspeto do novo documento de identificação para viagens ao estrangeiro já levantou questões. Os políticos nacionalistas na Irlanda do Norte e ativistas pró-europeus prevêem que estes novos passaportes possam resultar numa maior dificuldades nos aeroportos internacionais da União Europeia.

Apesar da mudança visual, o Ministério do Interior declarou que o “passaporte britânico é o mais verde de todos os tempos”, uma vez que “a pegada de carbono produzido através da emissão dos documentos será reduzida a zero, com a plantação de novas árvores”, demonstrando interesse em atingir os resultados previstos no Acordo de Paris.

O novo passaporte incorpora as mais recentes e seguras técnicas de impressão e design, apontou o porta-voz do Ministério do Interior, declarando que este é ainda o passaporte mais avançado tecnologicamente, que oferece uma melhor proteção contra roubo de identidade e fraude.

“Sair da União Europeia deu-nos uma oportunidade única de restaurar a nossa identidade nacional e criar um novo caminho no mundo”, assumiu Priti Patel. “Ao retornar ao icónico design azul e dourado, o passaporte britânico será novamente entrelaçado na nossa identidade nacional”, sublinhou.

Mas nem todos partilham a mesma opinião que Patel, como é o exemplo de Edward McMillan-Scott, líder do Movimento Europeu e antigo deputado no Parlamento Europeu. “Isto será visto como um símbolo da atitude predominante do Partido Conservador em relação ao resto da Europa, que é isolacionista, ignorante e auto-destrutiva”, disse o antigo deputado.

“Quando eu era deputado no Parlamento Europeu, lembro-me de receber um passaporte azul especial, destinado a facilitar a passagem nas verificações das fronteiras a caminho de Bruxelas e Estrasburgo. Era mais complicado do que valia a pena, porque alguns funcionários das fronteiras não sabiam qual era o documento certo. Comecei a utilizar o passaporte normal do Reino Unido, em bordeaux, da mesma cor que todos os outros que passam pela UE”, disse no Twitter depois uma publicação onde notava que turistas britânicos tinham dificuldade em entrar nos outros países.

Claire Hanna, deputada pró-social-democrata, descreveu que o passaporte azul “está a ser elogiado como uma grande vitória” e que isso “resume o Brexit”. “A cor muda, mas a oportunidade e o potencial foram restritos. Nesse caso, o azul irá representar danos económicos e horizontes limitados para o portador desse passaporte”, clarificou a deputada de Belfast South.

 

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