O ManpowerGroup divulgou o estudo Global Talent Barometer 2025, que avaliou 12 indicadores-chave, distribuídos por 3 índices – Bem-Estar, Satisfação no Trabalho e Confiança –, numa avaliação que demonstra o sentimento atual dos trabalhadores a nível global.
O estudo Talent Barometer 2025 é uma ferramenta que mede o bem-estar e a satisfação profissional dos trabalhadores com base em 12 indicadores-chave, agrupados em três índices: Bem-Estar, Satisfação no Trabalho e Confiança. A pesquisa envolveu 13.771 trabalhadores a nível global, em 19 países.
A empresa de recrutamento diz que a nova realidade laboral, moldada pela transformação digital e pelas exigências do mercado e dos profissionais, tem criado um ambiente de trabalho em constante mudança. No entanto, “as diferentes gerações e géneros reagem de forma diferente, com disparidades a manterem-se de ano para ano.”, refere a Manpower que acrescenta que “neste contexto, é crucial que os empregadores avaliem e compreendam as necessidades das suas equipas, para poderem implementar estratégias mais eficazes para reter o melhor talento”.
Uma das conclusões é que mais de metade dos profissionais da Geração Z sentem elevados níveis de stress diário.
“O mundo do trabalho evolui, mas as diferenças geracionais e as disparidades de género mantêm-se, com as mulheres a apresentarem, em 2025, um Índice de Bem-Estar global de 64%, inferior ao dos homens em 5 pontos percentuais (69%), num cenário que se mantém idêntico ao de 2024. Esta realidade é acentuada pelo stress diário, com apenas 38% das mulheres a reportarem níveis baixos, face a 45% no caso dos homens, e ao equilíbrio vida-trabalho, com os homens a registarem um valor 6 pontos percentuais acima do das mulheres”, refere o ManpowerGroup .
Também as gerações Z (dos 18 aos 27 anos) e Millennials (dos 28 aos 43 anos) registam stress diário, com mais de metade dos profissionais a sentir níveis elevados (56% e 54%, respetivamente), segundo o estudo.
Por outro lado, os Baby Boomers (dos 60 aos 78 anos) continuam a apresentar os valores mais reduzidos de stress, com apenas 35% dos profissionais a assumir níveis elevados diariamente.
Apesar dos desafios, face a 2024 observou-se uma subida de 6 pontos percentuais no alinhamento da Geração Z com os valores e visão da empresa onde trabalham, sendo hoje a geração com o sentimento mais positivo, ultrapassando Millennials e Baby Boomers.
Quanto ao reconhecimento de significado e propósito no seu trabalho, todas as gerações apresentaram valores elevados, verificando-se inclusive um aumento do indicador em 2 pontos percentuais face a 2024. São, ainda assim, os Baby Boomers que se destacam, tanto os homens (88%), como as mulheres (87%).
Paralelamente, e face ao ano anterior, verificou-se também uma evolução positiva, de 4 pontos percentuais, no indicador de equilíbrio vida-trabalho, que se situa, em 2025, nos 69%.
A Geração X (dos 44 aos 59 anos) continua, ainda assim, a apresentar os valores menos otimistas, com 25% destes profissionais a revelarem não conseguir conciliar o trabalho e a vida pessoal, valor que se acentua no caso das mulheres (28%).
Inversamente, quase 3 em cada 4 jovens da Geração Z afirmam sentir esse equilíbrio, apresentando o valor mais elevado, tanto em homens (76%), como em mulheres (69%).
Cerca de metade dos jovens profissionais pretende abandonar o emprego atual
Os profissionais das gerações Z (52%) e Millennial (47%) são os que apresentam maior vontade de sair do emprego atual nos próximos seis meses, indicador que se agravou comparativamente ao ano anterior, em 5 e 7 pontos percentuais, respetivamente, impactando o Índice de Satisfação no Trabalho, que atinge os 60% nestas gerações.
Segundo o ManpowerGroup, as mulheres da Geração Z destacam-se por apresentarem o valor mais baixo no que respeita à satisfação no trabalho atual (41%), registando uma diminuição significativa de 8 pontos percentuais face a 2024.
Também as mulheres da geração Millennial estão mais insatisfeitas no que toca ao seu trabalho atual do que no ano anterior, apresentando uma queda de 7 pontos percentuais.
No que toca à confiança em encontrar um novo emprego, também neste indicador as desigualdades de género são sentidas, com as mulheres a manifestarem menos confiança (57%) que os homens (63%). Ao mesmo tempo, sentem também menos confiança nos seus managers (64%), comparativamente com os homens (69%), uma realidade semelhante à do ano passado.
Em termos geracionais, são os Baby Boomers os que apresentam menor confiança na procura por um novo emprego (49%), com as mulheres desta geração a registar o valor mais baixo, de 45%.
“Por outro lado, quando analisamos a confiança na manutenção do atual emprego, são também os jovens a apresentar o sentimento mais pessimista, com apenas 56% da Geração Z e 59% da Geração Millennial a declarar algum otimismo”, refere o estudo.
Ainda relativamente a este indicador, e segundo a Manpower, é visível uma degradação do sentimento em todas as gerações, face a 2024, com os mais jovens a mostrar a evolução mais acentuada, com uma queda de 7 e 8 pontos percentuais, respetivamente.
Paradoxalmente, a perceção dos trabalhadores inverte-se quando é analisada a confiança em encontrar emprego nos próximos seis meses. Aqui são os Baby Boomers são os que revelam o menor otimismo (49%), enquanto na Geração Z o sentimento de confiança alcança os 68%.
No que toca ao Índice de Confiança o estudo revela que evoluiu face a 2024, mas as disparidades de género agravaram-se, com as mulheres a sentirem-se menos confiantes do que os homens, verificando-se uma diferença de 6 pontos percentuais entre os géneros (73% e 79%, respetivamente).
Este sentimento é acentuado, em especial, nas mulheres Baby Boomers (69%), cujo índice é nove pontos percentuais inferior ao dos homens.
Ao nível da composição deste índice, as oportunidades de desenvolvimento e oportunidades de carreira são dois dos indicadores que revelam a diferença mais considerável entre homens e mulheres, atingindo os 9 e 6 pontos percentuais, respetivamente.
O ManpowerGroup diz que os profissionais da Geração Z são os mais confiantes no que respeita às oportunidades de desenvolvimento (79%) e de carreira (70%).
O sentimento de otimismo quanto às oportunidades de desenvolvimento é transversal a todas as gerações, com o valor mais baixo a observar-se na Geração X, que atinge ainda assim um total de 74% dos profissionais com uma perceção positiva.
Já no que diz respeito às oportunidades de carreira, as gerações X e Baby Boomer apresentam um sentimento mais pessimista, com apenas 56% e 55% dos profissionais, respetivamente, a perspetivarem vias de evolução profissional, valores que descem para 49% e 47%, respetivamente, no caso das mulheres destas gerações.
De um modo geral, os profissionais de todas as gerações apresentam índices elevados de confiança nas suas competências e experiência (89%).
Mais de 3 em cada 4 profissionais considera ter acesso às ferramentas e tecnologia mais recentes disponíveis no setor, com a Geração Z a revelar-se a mais otimista (83%) e os Baby Boomers os menos, mas com um valor ainda positivo de (75%).
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