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BAD estreia-se na bolsa de Londres com emissão de três mil milhões de dólares

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) entrou esta semana para o índice do Mercado Sustentável de Títulos, ao colocar na bolsa de Londres a emissão de 03 mil milhões de dólares, considerada um “marco histórico”.
4 Abril 2020, 11h22

“Estamos orgulhosos de anunciar que a nossa primeira colocação na bolsa de Londres é um título social”, comentou o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, acrescentando que “é apenas o princípio do fortalecimento da relação entre o BAD e a bolsa londrina”.

Esta semana, o BAD fez a maior emissão de dívida da sua história, angariando 03 mil milhões de dólares (2,77 mil milhões de euros) nos mercados financeiros, cujos títulos ‘Combate à Covid-19’, com uma taxa de juro anual de 0,75%, estão a partir de agora disponíveis para serem transacionados no mercado secundário através da bolsa de Londres e depois canalizados para ajudar os países africanos no combate ao novo coronavírus.

“Vamos mobilizar tudo o que conseguirmos dos mercados capitais para combatermos a propagação do novo coronavírus em África”, acrescentou o banqueiro, numa nota enviada à Lusa.

Apesar de ser a maior emissão de títulos da história do BAD, esta não foi a primeira vez que esta instituição multilateral financeira lançou títulos sociais, assim chamados por terem como destino uma preocupação social ou um propósito de investimento em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento.

“A atividade anterior do Banco no mercado dos títulos sociais tinha sido usada para financiar a construção de hospitais, aumentar o acesso à saúde e a serviços de saúde, fortalecer os sistemas de saúde e garantir acesso melhorado a água e saneamento básico, e a criação de empregos no continente” africano, lê-se na nota.

A administração da bolsa londrina anunciou que estes títulos ficaram isentos do pagamento da taxa de entrada em mercado por um período de três meses, sendo parte do esforço para angariar verbas para combater a propagação da covid-19 no continente africano.

“Damos as boas-vindas ao primeiro título do BAD a ser transacionado no nosso mercado e apoiamos o banco no seu esforço vital para mitigar o impacto da covid-19 em África”, disse o presidente da bolsa de Londres, Nikhil Rathi, citado no comunicado.

“Este título salienta o importante papel que os títulos ligados a motivações sociais ou de sustentabilidade podem ter na canalização dos fundos para esses países, setores e pessoas que são fortemente afetadas pela pandemia”, acrescentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 57 mil.

Dos casos de infeção, mais de 205 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de 587 mil infetados e quase 42 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 14.681 óbitos em 119.827 casos confirmados até hoje.

Além de Itália, Espanha, Estados Unidos e China, os países mais afetados são França, com 6.507 mortos (64.338 casos), Reino Unido, com 3.605 mortos (38.168 casos), Irão, com 3.294 mortos (53.183 casos), e Alemanha, com 1.017 mortes (79.696 casos).

A pandemia afeta já 50 dos 55 países e territórios africanos, com mais de 7.000 infeções e 280 mortes, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana. São Tomé e Príncipe permanece como o único país lusófono sem registo de infeção.

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