O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, apresentou na última sexta-feira o plano para a Baixa da capital portuguesa, cuja recriação se baseia num espaço para as pessoas e para os transportes públicos elétricos que deverão chegar à cidade. Fernando Medina vai expandir as Zonas de Emissões Reduzidas que chegaram a Lisboa em 2011. Agora, o plano autárquico é expandir para as áreas envolventes do que é a baixa lisboeta.
O que é que implica estas alterações?
A primeira grande alteração visível nos planos do presidente da Câmara de Lisboa é a pavimentação pedonal do que hoje são estradas para veículos motorizados. Fernando Medina quer tornar a cidade para as pessoas que lá vive e para quem a visita, eliminando os veículos poluidores.
O que significa a criação de Zonas de Emissões Reduzidas?
A criação destas zonas começou em 2011 com a agregação da Avenida da Liberdade e da Baixa-Chiado, onde a circulação só era permitida para veículos com matrículas posteriores a 2000.
Em 2012, também a Avenida de Ceuta, o Eixo norte-sul, a Avenida das Forças Armadas, a Avenida dos EUA, a Avenida Marechal António Spínola e a Avenida Infante D. Henrique juntaram-se à restrição, mas nestes locais a circulação podia ser feita por veículos matriculados depois de 1996.
Quais serão as zonas afetadas à circulação de veículos?
Fernando Medina apresentou três eixos principais: Avenida da Liberdade, Avenida Almirante Reis e Baixa-Chiado.
A escolha destes eixos, que daqui em diante podem ser conhecidos como Avenida Baixa-Chiado, também se prendeu por serem áreas com grande cobertura de transportes públicos: duas linhas de comboios, duas linhas de metro, duas estações fluviais, 15 carreiras da Carris, 10 praças de táxi e mais de cinco mil lugares em parques de estacionamento.
Na apresentação, o presidente da CML afirmou que a rede de autocarros da Carris será reforçada com a chegada dos autocarros elétricos, com a extensão do elétrico 24 ao Cais do Sodré e com o reforço da Rede da Madrugada (carreiras 201, 202, 206, 207 e 208).
A área abrange três freguesias: Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António. Assim, esta vai ser delimitada pela Calçada da Glória, Praça dos Restauradores, Praça do Martim Moniz, Cais do Sodré, Rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e Rua da Alfândega, Rua do Arco do Marquês de Alegrete, Rua da Madalena, Campo das Cebolas, Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua Nova da Trindade e Rua de São Pedro de Alcântara.
Como vai funcionar?
Para aceder a estas zonas será necessário dísticos. O acesso estará condicionado aos segmentos autorizados, com controlo de acesso todos os dias entre as 6h30 e a meia noite.
Nestas zonas será proibido a circulação de veículos com mais de 7,5 toneladas e, com a exceção de residentes e veículos de mobilidade reduzida e de emergência médica, bombeiros e polícias, o veículo tem de ter matrícula posterior a 2000. Em toda a zona, o estacionamento é exclusivo para residentes detentores de dístico, com exceção das bolsas especiais de cargas e descargas, tomada e largada de passageiros (táxis ou TVDE).
Quantos dísticos vão ser criados? Quando vão entrar em vigor?
O presidente da CML avançou que serão criados três dísticos com cores distintas: verde, vermelho e azul. A emissão do primeiro dístico não tem custo. O dístico verde será para residentes, cuidadores, Serviço Nacional de Saúde e para Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), dando este acesso e ao estacionamento na via pública.
O papel vermelho com cunho da EMEL destina-se aos transportes públicos, serviços públicos essenciais em serviço, transportes de menores e escolas, quadriciclos e triciclos elétricos de animação turística, serviços regulares de estabelecimentos, veículos com lugares privativos na via pública, veículos partilhados e de mobilidade condicionada.
O terceiro dístico emitido pela EMEL será o azul, destinado a convidados de residentes, veículos elétricos, transporte de utentes de e para hospital e proprietários ou locatários de lugar de garagem ou parque de estacionamento.
O registo para a obtenção destes dísticos pode ser realizado a partir do dia 1 de maio, sendo que a medida entra em vigor ainda no verão deste ano. O regime para cargas e descargas deverá ser realizado entre a meia noite e as 6h30.
Quais as principais mudanças que vão acontecer?
Segundo o autarca, a proposta chega à cidade de Lisboa para dar prioridade ao acesso pedonal. Por exemplo, a Rua Nova do Almada, a Rua Garrett e o Largo do Chiado vão passar a ser unicamente de circulação para peões, estando em co-existência com os transportes públicos que já operam na zona.
A Avenida da Liberdade e o Marquês de Pombal vão ver o número de carros diminuídos, os sentidos de trânsito alterados e o nascimento de ciclovias unidirecionais. Agora, a circulação ocorre no meio da via e os peões ficam na periferia, mas este modo vai mudar e os peões vão passar a andar pelo meio da avenida.
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