A baixa produtividade é um dos motivos que explicam a estagnação registada na economia portuguesa, disse Joaquim Miranda Sarmento, durante a conferência anual “Os Desafios da Região”, organizada no Funchal esta quinta-feira pelo Económico Madeira e o Jornal Económico, com o apoio da Abreu Advogados e da Empresa de Eletricidade da Madeira, com o alto patrocínio do Governo Regional.
Joaquim Miranda Sarmento lembrou que o crescimento da economia nacional foi de 0,5% ao ano, em média, nos últimos 20 anos, a que acresce a dificuldade em obter crescimentos acima dos acima dos 2%.
“A riqueza superior em 8% aquilo que era antes da crise”, disse o keynote speaker do evento. “É uma marca de estagnação e de falhanço do país”, acrescentou.
Para Joaquim Miranda Sarmento a referência de Portugal “não deve ser” o centro e os países nórdicos, mas sim os países do sul e os do leste.
“São estes os nossos concorrentes diretos”, disse. sublinhando que a baixa produtividade dos fatores trabalho e capital “não resulta” de falta de horas de trabalho.
“Trabalhamos muito mas de uma forma pouco produtiva”, afirmou.
“Cada vez mais a produtividade tem a ver com a qualidade da gestão e a integração do fator trabalho e capital e como o desenvolvemos”, acrescentou.
“Na zona euro após a crise de 2008, os níveis de produtividade ainda não atingiram os períodos antes da crise”, alertou.
Miranda Sarmento identificou o período da crise foi entre 2008 e 2012, que juntou uma crise financeira, o sub-prime norte-americano e as crises soberanas, acrescentando que está é “a maior recessão” desde a Grande Depressão, mas que paradoxalmente têm a “menor recuperação” das crises.
Joaquim Miranda Sarmento disse ainda que a inflação e a produtividade, têm sido “os dois cães que não estão a ladrar” na zona euro, lembrando que a zona euro está com níveis de produtividade “muito abaixo” das estimativas feitas antes da crise.
Quanto às empresas portuguesas, Joaquim Miranda Sarmento sublinhou que estas possuem problemas de escala, onde 96,2% das empresas são microempresas, ou seja como menos de 10 trabalhadores.
Durante a sua intervenção, Joaquim Miranda Sarmento destacou a evolução das exportações nacionais dos 28% em 2010 para os 40% em 2015, fruto de um aumento da competitividade, contudo alertou que nos últimos 4 anos apesar do país “continuar a crescer” nas exportações tem existido practicamente uma estagnação no nível de crescimento.
A diversificação das exportações, em setores de produção de bens, quer em mercados externos, quer ainda no maior peso da exportação de serviços e na cada vez maior importância e diversificação do Turismo, foi outro ponto sublinhado pelo keynote speaker da conferência.
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