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Banca dá o tiro de partida para os touros

Wall Street conseguiu amealhar o melhor resultado desde Julho, preparando o assalto a novos máximos históricos.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
18 Outubro 2021, 10h52

O movimento em Wall Street na segunda parte da semana passada assemelhou-se a uma das famosas largadas dos touros em Pamplona, com os touros em marcha acelerada aproveitando o espaço livre à sua frente, que no caso dos índices norte-americanos foi proporcionado pelos resultados da banca, não obstante o importante sentimento do consumidor ter caído inesperadamente para mínimos de 2011, indiciando os receios que os cidadãos dos EUA têm com as condições económicas actuais assim como das perspectivas futuras, com o índice de sentimento medido pela Universidade de Michigan a recuar para os 71,4, abaixo dos 73,1 esperados pelos analistas.

Um dos temas que tem estado a pairar como uma nuvem cinzenta na confiança dos consumidores e por consequência dos investidores é a inflação, que condiciona substancialmente a vida dos cidadão, investimentos e da política monetária da Fed, e a realidade cada vez mais premente é que o aumento inusitado do custo de vida não deverá recuar tão cedo quanto se supunha, muito por causa da subida dos preços nas matérias-primas, que afecta directamente a cadeia de produção, mas também de forma indirecta toda a economia devido ao encarecimento significativo da energia.

Os preços do petróleo e gás natural atingiram máximos de sete anos, enquanto que na vertente de metais essenciais, os preços do cobre, alumínio e zinco dispararam cerca de 25% em pouco mais de um mês, devido ao constrangimento na oferta e a uma maior procura.

Na componente de sub-produtos o tema dos chips é por demais importante e sem luz ao fim do túnel no curto prazo, condicionando não apenas na disponibilidade de produtos finais, como automóveis, mas também na subida substancial do custo final dos produtos para o consumidor, cozinhando uma “refeição” que será de difícil digestão para uma economia global a sair de uma crise e com os bancos centrais a sentirem-se obrigados a reagir, restringindo as condições financeiras extremamente favoráveis que têm vigorado nos últimos tempos.

Seja como for e independentemente do sentimento menos optimista, o certo é que as vendas a retalho nos EUA em Setembro saíram acima das expectativas e Wall Street conseguiu amealhar o melhor resultado desde Julho, preparando o assalto a novos máximos históricos a cerca de duas semanas da importante reunião da Fed, de onde poderá sair a decisão de efetivar a redução do programa de compras de activos.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é diário.

 

O principal índice mundial reconquistou a média móvel dos 50 dias (laranja), agora com a validação de um Head & Shoulders invertido (linha azul).

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