Banca e setor automóvel entre os maiores perdedores das bolsas europeias com tarifas de Trump

As bolsas europeias espelharam esta segunda-feira os receios dos investidores em função da promessa de Trump de que vai avançar “em breve” com tarifas às importações das economias da UE. De resto, este fim de semana, o próprio pôs ‘preto no branco’ tarifas semelhantes ao México, Canadá e China, que entram em vigor na terça-feira.

Esta segunda-feira, as mais importantes bolsas europeias registaram perdas expressivas, superiores a 1%. Olhando às variações registadas nas cotadas do índice agregado Euro Stoxx 50, é notório o sentimento particularmente negativo nos setores automóvel e da banca.

No primeiro caso, a Stellantis, cotada em Milão e em Paris, a par da Volkswagen, cotada em Berlim perderam mais de 4% na sessão e penalizaram agressivamente o índice que junta as 50 maiores cotadas das praças europeias, já que foram as maiores quedas.

Em causa estão receios de que o setor automóvel europeu deverá ser dos mais afetados a partir do momento em que o presidente dos EUA aplique tarifas às economias do bloco europeu. De acordo com analistas citados na comunicação social internacional, Trump quer depositar um maior grau de confiança nas empresas que operam em solo americano, nomeadamente no México.

Em simultâneo, a banca também registou fortes descidas. Aqui ao lado, em Espanha, o BBVA e o Santander, ambos cotados no Euro Stoxx 50, caíram perto de 2,50%, ao passo que o o britânico Barclays derrapou além de 2% e o alemão Deutsche Bank foi mais longe, ao perder acima de 3% na primeira sessão da semana.

Dólar avança face ao euro e paridade fica mais próxima

Também no mercado cambial foram sentidas as declarações de Donald Trump, na medida em que o euro estava a recuar 0,53% face ao dólar, à hora de fecho dos mercados europeus. Em causa está a ideia percecionada pelos mercados de que a economia norte-americana ganha força por comparação com a congénere do bloco europeu.

Assim sendo, um euro estava a ser negociado por 1,0306 dólares às 16h30 (hora de Lisboa), com o câmbio entre as duas moedas a aproximar-se cada vez mais da paridade. Recorde-se que são vários os analistas que estimam que esta situação venha a ser uma realidade no curto prazo, já em 2025.