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Banca empregava quase 60 mil trabalhadores no fim de 2024

Em 2024, os resultados líquidos dos bancos voltaram a ser os mais elevados de sempre, sendo que o número de agências bancárias em Portugal diminuiu pelo 14.º ano consecutivo. Pelo contrário o número de trabalhadores do setor bancário aumentou pelo terceiro ano consecutivo. No final de 2024, o setor empregava 59.846 trabalhadores, mais 987 do que em 2021, ano em que a série atingiu o valor mínimo.
7 Julho 2025, 13h59

Em 2024, os resultados líquidos dos bancos voltaram a ser os mais elevados de sempre, sendo que o número de agências bancárias em Portugal diminuiu pelo 14.º ano consecutivo. Pelo contrário o número de trabalhadores do setor bancário aumentou pelo terceiro ano consecutivo. No final de 2024, o setor empregava 59.846 trabalhadores, mais 987 do que em 2021, ano em que a série atingiu o valor mínimo.

Os dados foram revelados pelo Banco de Portugal, nas suas séries longas do setor bancário português.

O Banco de Portugal refere que este crescimento do número de trabalhadores “é amplamente explicado pelo aumento do número de trabalhadores de uma entidade residente pertencente a um grupo internacional que presta serviços à escala global para outras entidades do grupo” (sem identificar).

“A entidade em causa é o maior empregador do setor em Portugal, tendo resultado inicialmente da absorção de uma entidade igualmente orientada para aquele tipo de serviços, mas também de uma forte dinâmica de contratação de novos colaboradores nos últimos anos”, acrescenta o banco central.

BdP diz que 57% dos trabalhadores da banca têm mais de 44 anos

Num contexto de redução generalizada do número de trabalhadores do setor bancário, aumentou a respetiva idade média, refere o Banco de Portugal que acrescenta que o peso dos trabalhadores com mais de 44 anos era inferior a 30% no início dos anos 2000, subindo para 57% em 2024.

No entanto, a representatividade dos trabalhadores com mais de 44 anos varia muito entre instituições, oscilando entre 70% e 80% em diversos bancos.

No caso do maior empregador do setor em Portugal, esse peso é ligeiramente superior a 10%. “Esta entidade, já referida anteriormente, tem uma influência considerável na relação entre a dimensão da instituição, medida pelo número de trabalhadores, e a idade média dos respetivos trabalhadores”, refere o BdP.

Menos agências

Em 2024, o número de agências voltou a reduzir-se, fixando-se em 4.502 no final do ano. O Banco de Portugal diz que desde o valor máximo de 8.106, observado em 2010, foram encerradas 3.604 agências.

“Esta evolução tem sido particularmente evidente na atividade interna, com o fecho de cerca de metade dos balcões” sendo que a tendência foi transversal à maioria dos grupos bancários, “com exceção de algumas instituições de natureza mais regional, que assumiram a importância da proximidade ao cliente e da criação de novos bancos”, refere o BdP.

Resultados da banca em 2024 atingem máximo histórico

Em 2024, os bancos apresentaram resultados líquidos de 6.288 milhões de euros, correspondentes a 1,4% do ativo médio. Trata-se do valor mais elevado da série, ultrapassando o máximo de 5.572 milhões de euros (1,3% do ativo) observado em 2023 .

O aumento dos resultados líquidos, de 717 milhões de euros, foi impulsionado pelo aumento, de 137 milhões de euros, da margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos), ainda que com menos impacto do que em 2023, devido à redução gradual das taxas de juro; pelo aumento, de 124 milhões de euros, das comissões; e pela redução, de 1.233 milhões de euros, das provisões e imparidades para cobrir potenciais incumprimentos no crédito.

Empréstimos à habitação recuperaram em 2024

No final de 2024, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos a particulares foi de 132,8 mil milhões de euros, mais 4,9 mil milhões do que no final de 2023, revela ainda o Banco de Portugal.

A concessão de empréstimos à habitação voltou a recuperar é outra das revelações. Esta recuperação, iniciada após o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), em vigor entre 2011 e 2014, tinha sido interrompida em 2023, com a subida das taxas de juro, mas no final de 2024, o stock de empréstimos à habitação totalizava 102,4 mil milhões de euros, mais 3,5 mil milhões do que em dezembro de 2023.

Esta evolução terá sido impulsionada pelas medidas de estímulo ao setor da habitação, como a isenção de IMT e de imposto de selo para compradores até aos 35 anos, que entraram em vigor em agosto de 2024, admite o banco central.

Em contraste, o stock de empréstimos às empresas (não financeiras) diminuiu 747 milhões de euros em 2024.

Apesar de, nos últimos 15 anos, seguir um percurso semelhante ao do crédito à habitação, assinalam-se duas diferenças na dinâmica dos empréstimos às empresas. Uma é que a sua contração foi mais acentuada e prolongada, refletindo operações de vendas de créditos superiores aos novos financiamentos. A outra é que o aumento expressivo de novos empréstimos concedidos em 2020 foi impulsionado pelas medidas adotadas durante a pandemia, como as moratórias que adiaram os pagamentos às instituições credoras.

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