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Banca vê maior procura das famílias por crédito para comprar casa

A procura por crédito, nomeadamente para a compra de casa, tem sido travada pelos juros elevados. Mas a banca nacional já vê uma recuperação nos pedidos de empréstimo para este fim no terceiro trimestre do ano.
16 Julho 2024, 13h39

A subida dos juros travou a procura das famílias por crédito, nomeadamente para a compra de casa. Mas a inversão do ciclo da política monetária, com o Banco Central Europeu a começar a cortar as taxas, está a dar um novo ânimo. Os bancos portugueses já conseguem ver uma recuperação entre os clientes particulares, prevendo um ligeiro aumento da procura, em especial por crédito à habitação, no terceiro trimestre.

O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal, mostra que a procura de empréstimos por parte de particulares não registou praticamente alterações no segmento da habitação, no segundo trimestre. Já para o terceiro trimestre, o sector estima um “ligeiro aumento da procura de empréstimos, mais acentuado no segmento da habitação”.

O BCE, liderado por Christine Lagarde, cortou as taxas de juro na reunião de junho e a expectativa no mercado é que volte a reduzir nos encontros em setembro e em dezembro. As taxas Euribor já estão a responder a este movimento. A taxa a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% no ano passado, está nos 3,634%.

Esta maior procura vai registar-se num período em que as instituições financeiras mantiveram os critérios de concessão de crédito praticamente inalterados para as famílias que pedem crédito à habitação. O mesmo não aconteceu nos empréstimos ao consumo, que estão a registar um aumento da procura. Houve um “ligeiro aumento no segmento do consumo e outros fins”, refere o relatório, apontando para critérios de concessão “ligeiramente mais restritivos” neste segmento.

Os novos créditos ao consumo somaram 721,5 milhões de euros em maio, o que representa uma subida de 2% face ao mês anterior e de 6,1% em termos homólogos, segundo os dados divulgados na segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Fraca procura entre as empresas

No caso das empresas, a procura registou uma “ligeira diminuição, transversal a empresas de diferente dimensão e aos diferentes prazos do empréstimo”, no segundo trimestre. “O nível geral das taxas de juro, a redução das necessidades de financiamento do investimento e de financiamento para reestruturação empresarial, assim como o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuíram ligeiramente para essa evolução”, refere o relatório.

Esta tendência deve manter-se nos próximos meses. A banca estima uma “procura de empréstimos sem alterações no segmento das PME e nos empréstimos de longo prazo, em resultado de avaliações divergentes entre bancos e ligeira diminuição da procura por grandes empresas e em empréstimos de curto prazo”.

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