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Banco de Inglaterra mantém taxas inalteradas em 4,5%

A decisão contou com o voto favorável de oito dos nove membros do comité de política monetária, que salientaram o aumento da incerteza fruto da política económica e comercial dos EUA.
Sede do banco de Inglaterra
20 Março 2025, 13h36

O Banco de Inglaterra (BoE) manteve esta quinta-feira as taxas de juro de referência inalteradas em 4,5%, alertando para mais tensões no comércio global e os seus efeitos na economia global. A decisão era já largamente esperada pelos mercados e contou com oito votos a favor em nove possíveis.

Apesar da elevada probabilidade atribuída pelos mercados e este desfecho para a reunião de março do BoE, houve um dissidente na votação que preferia novo corte de 25 pontos base (p.b.), segundo o comunicado divulgado pelo banco central. Os restantes responsáveis pela política monetária inglesa preferiram, no entanto, privilegiar a prudência numa altura em que a incerteza em torno das tarifas impostas pelos EUA dificulta quaisquer previsões de curto prazo.

“Desde a última reunião, a incerteza comercial global agravou-se, com os EUA a fazer anúncios alargados de tarifas e alguns governos a responderem”, lê-se no comunicado do banco, que fala ainda num aumento da incerteza e volatilidade nos mercados.

“O BoE deixou mais uma vez claro aos mercados que não tem pressa em continuar a baixar as taxas de juro do Reino Unido”, escrevem os especialistas da Ebury, embora o banco enfrente “um desafio de equilíbrio pouco invejável”: por um lado, a inflação continua demasiado elevada para os objetivos do banco, enquanto, por outro, não pode ignorar “as implicações económicas potencialmente prejudiciais de maiores restrições comerciais”.

Para os analistas do banco ING, o BoE aparenta estar novamente mais nervoso com a inflação. O indicador já está nos 3% e o banco projeta que “deve chegar brevemente próximo dos 4% na segunda metade do ano”, fazendo soar os alarmes – sobretudo após o episódio inflacionista dos últimos anos, que deixou marcas na política monetária europeia.

Ainda assim, o cenário é distinto de anos passados. A inflação nos serviços continua elevada, mas “pensamos que estará mais próxima de 4% e talvez até abaixo disso no final do segundo trimestre”, o que aliviaria bastante o cenário de curto prazo.

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