A política ultra-acomodatícia do Banco do Japão (BoJ) pode estar prestes a chegar ao fim, sinalizou o governador do banco central nipónico durante o fim-de-semana. Com a inflação a superar o objetivo de 2% há mais de um ano, as taxas de referência negativas poderão finalmente ser subidas, em linha com a expectativa dos mercados.
Kazuo Ueda foi citado nos jornais japoneses este sábado como admitindo cada vez mais margem de manobra para considerar uma possível subida de taxas, que estão em -0,1% há oito anos. Com a inflação acima de 2%, o governador quer ver também algum crescimento salarial a sustentar esta dinâmica.
“Se considerarmos que o Japão consegue atingir o objetivo de inflação sem taxas negativas, é isso que faremos”, afirmou.
Ueda sublinhou a necessidade de ter crescimento salarial no próximo ano, de forma a manter a sustentabilidade da evolução de preços. Até ao final deste ano, os dados macro que forem sendo divulgados permitirão traçar uma melhor imagem deste aspeto da economia nipónica, completou.
O BoJ é o banco central que mais destoa no atual panorama de aperto monetário, continuando com taxas inalteradas em terreno negativo face a anos de estagnação económica e tensões deflacionárias. Apesar da melhoria do lado dos preços, o banco tem resistido a subir taxas, contrariando a vontade dos mercados.
Este ano, o banco surpreendeu ao aumentar o limite dos juros a pagar nos seus títulos a dez anos, uma decisão que foi no sentido esperado pelos investidores e analistas, mas sem o impacto ou a magnitude que estes desejavam.
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