O economista chefe do Banco Mundial salientou que um abrandamento ao nível do comércio mundial, e taxas de juro elevadas, levariam a que mais países entrassem em “stress” ao nível da dívida. Indermit Gill sublinha que os mercados emergentes e os países mais pobres estão com um peso maior ao nível da dívida em comparação com o PIB, algo que se poderia agravar caso se mantivessem taxas de juro altas.
O economista chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, alertou para o problema da dívida dos países emergentes e em desenvolvimento bem como da dificuldade que apresentam em crescer economicamente. Uma situação que se poderia agravar mais face a previsões de baixa ao nível do crescimento económico e das trocas comerciais.
Citado pela Reuters, Indermit Gill admite que existe um consenso entre os economistas, ao nível mundial, para um ‘downgrade‘ aos nível das previsões de crescimento e ao nível das trocas comerciais, devido a fatores como por exemplo as tarifas.
Indermit Gill acrescentou, em declarações à Reuters, que o atual choque resulta das “políticas governamentais”. No entender de Indermit Gill a atual crise levaria a que os mercados emergentes tivessem mais dificuldades em crescer ao nível económico. O economista do Banco Mundial refere que as trocas ao nível comercial devem crescer 1,5%, ficando abaixo do crescimento de 8% que se verificou desde 2000.
“É um abrandamento súbito que se junta a uma situação que já não era particularmente boa. O investimento direto estrangeiro era 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos mercados emergentes durante os bons tempos. Agora situa-se em 1%. Em termos globais o investimento direto estrangeiro e os fluxos de dinheiro ao nível dos portfolios dos investidores estão em baixa”, disse Indermit Gill.
Banco Mundial alerta para nível elevado de dívida
O economista chefe do Banco Mundial disse, citado pela agência noticiosa, que os níveis elevados de dívida significam que metade dos cerca de 150 países em desenvolvimento e emergentes “estão sem capacidade” para fazer os seus pagamentos ao nível do serviço da dúvida ou “estão em risco de entrar” neste cenário, o que representa o dobro face ao nível verificado em 2024, um ritmo que pode acelerar se a economia global registar um abrandamento.
Indermit Gill reforçou que num cenário em que o crescimento global “abrande” poderia ter um efeito de “abrandamento” ao nível do comércio. O representante do Banco Mundial refere que as taxas de juro elevadas levariam a que mais países entrassem em “stress” ao nível da dívida, incluindo alguns que são exportadores ao nível dos bens.
Peso da dívida no PIB sobre nos mercados emergentes e em desenvolvimento
O economista chefe do Banco Mundial salienta que os pagamentos da dívida, como percentagem do PIB, situa-se nos 12% para os mercados emergentes, uma subida face aos 7% de 2014, sendo que esse valor sobe para os 20% para países mais pobres, quando esse valor se situava nos 10% há uma década.
Indermit Gill reforça que se as taxas de juro se mantiverem altas, e face à expetativa de subida da inflação, isso levaria a que as dívidas dos países “pudesse subir caso necessitassem de a refinanciar”. O economista chefe do Banco Mundial aconselhou os países em desenvolvimento a negociarem “urgentemente e rapidamente” acordos com os Estados Unidos no sentido de existir uma baixa nas tarifas.