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Banco Mundial vai financiar São Tomé

O primeiro-ministro são-tomense anunciou um financiamento no valor global de 54 milhões de dólares (quase 50 milhões de euros) do Banco Mundial (BM) para muito breve.
3 Outubro 2019, 20h28

O primeiro-ministro são-tomense anunciou um financiamento no valor global de 54 milhões de dólares (quase 50 milhões de euros) do Banco Mundial (BM), dos quais cinco milhões serão desbloqueados “muito brevemente”.

“O Banco Mundial muito brevemente vai colocar [o financiamento] à disposição de São Tomé e Príncipe. Temos vários projetos com o BM, designadamente a estrada número 1, no norte, com cerca de 29 milhões de dólares [26 milhões de euros]; o projeto da proteção social, avaliado em 10 milhões de dólares [nove milhões de euros], todo o programa de energias limpas e renováveis, orçado em mais de 10 milhões de dólares”, explicou Jorge Bom Jesus, numa entrevista coletiva.

O governante são-tomense, que falava à imprensa por ocasião dos 10 meses do seu mandato, garantiu que esses “muitos milhões de dólares” vão entrar para financiar vários projetos no país graças à assinatura, quarta-feira, do programa de facilidade de crédito com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI informou esta quarta-feira que aprovou um novo financiamento de 18,2 milhões de dólares (16,6 milhões de euros) para São Tomé e Príncipe.

Esta decisão do FMI vai permitir um desembolso imediato de 2,6 milhões de dólares (2,3 milhões de euros) para, conforme o texto da instituição, “apoiar as reformas económicas e estruturais”.

O remanescente vai ser disponibilizado ao longo do prazo do acordo, que é de 40 meses, em função das análises semestrais.

O objetivo do acordo entre o FMI e as autoridades são-tomenses visa apoiar as reformas económicas no arquipélago, a sua estabilidade macroeconómica e um crescimento inclusivo liderado pelo setor privado.

“Sem fechar o programa com o FMI tudo isso estaria comprometido”, disse Jorge Bom Jesus, referindo que “a situação macroeconómica do país estava de tal forma degradada, com todos os indicadores praticamente no vermelho”.

“Precisamos desses programas para que possamos almejar melhores dias”, defendeu o governante.

Jorge Bom Jesus sublinhou que cinco meses depois de aprovar o orçamento para 2019, avaliado em 150 milhões de dólares [156 milhões de euros] – do qual apenas 3% vem de receitas próprias, sendo a quase totalidade proveniente da ajuda externa – arrecadou apenas 18 milhões de dólares (16 milhões de euros), nomeadamente por parte da China Popular e um “atrasado” da União Europeia.

“A partir de agora até dezembro vamos receber muito mais do que isso. Com a finalização deste acordo, muitas portas vão-se abrir e este governo vai demonstrar que vamos continuar a resolver os problemas das estradas, do abastecimento da água às populações, da energia. Vamos melhorar a saúde”, disse Jorge Bom Jesus.

O primeiro-ministro classificou a assinatura deste programa com o FMI como “um diálogo muito difícil, mas bastante profícuo, pedagógico e edificante”.

Considerou o exercício económico dos três últimos anos como “um desastre”, justificando assim que, para negociar o novo programa com o FMI “o aperto foi maior, as medidas mais gravosas”.

Durante mais de uma hora de declarações, o primeiro-ministro são-tomense, que estava acompanhado pelo ministro do Planeamento, Finanças e Economia Azul, Osvaldo Vaz, saudou o povo por ter aceitado os sacrifícios.

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