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Bancos Centrais apertam o cerco à Rússia

O início do ano tem sido marcado por vários eventos inesperados para os mercados financeiros.
14 Março 2022, 07h55

 

Começou com a postura mais agressiva (hawkish) por parte da Fed, com o objetivo de conseguir baixar os níveis de inflação nos EUA em direção às metas desejáveis, perto dos 2%, e culminou, mais recentemente, com a invasão russa à Ucrânia, que tem provocado o pânico nos mercados, sobretudo nos índices europeus.

Depois de 2 anos em que a economia mundial esteve a meio gás devido às medidas de confinamento e restrições devido à pandemia, os recentes eventos apanharam os investidores desprevenidos. Os mercados têm acompanhado com atenção os desenvolvimentos no leste da Europa, tendo sido as atuais tensões o principal driver para os mercados. De forma a evitar aquilo que facilmente poderia resultar numa terceira guerra mundial, os países ocidentais decidiram utilizar uma das ferramentas financeiras mais poderosas ao seu dispor contra a Rússia, colocando o país cada vez mais isolado do estrangeiro, ainda mais do que a própria Coreia do Norte.

Desempenho do DAX (preto), NASDAQ-100 (amarelo) e S&P 500 (azul). Fonte: xStation 5

 

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O facto da Rússia ter sido afastada do sistema SWIFT coloca o país numa situação delicada. Na verdade, existe o risco de todo o sistema bancário falir e do rublo russo ficar reduzido a nada; aliás, as consequências para a moeda do país são tão gravosas que o rublo vale menos de 1 cêntimo de dólar neste momento.

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Mas até que ponto é que a Rússia tem capacidade para financiar a invasão na Ucrânia?

Embora a Rússia esteja disposta a prosseguir com a atual invasão à Ucrânia, e apesar das consequências que podem trazer para o país caso a invasão continue, o país está a ficar cada vez mais isolado do resto do mundo – e os recursos também poderão revelar-se escassos.

O Banco Central Russo detém enormes quantidades de reservas no valor de 630 mil milhões de dólares (segundo os últimos dados antes do início da guerra contra a Ucrânia). Dado as atuais sanções, estas reservas deverão ser fundamentais para o financiamento da invasão na Ucrânia. Contudo, grande parte do valor dessas reservas não estão em rublos, mas sim diversificados em euros, dólares americanos, libras e ouro.

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Ora, foi neste ponto que a própria Rússia cometeu um erro crasso, pois embora seja a Rússia a detentora destes fundos, o país não consegue movimentá-los, uma vez que quase todas estas reservas são controladas pelos bancos centrais estrangeiros, como a Fed, BCE e BoE. Para financiar a guerra contra a Ucrânia, a Rússia teria de pedir junto dos bancos centrais autorização para movimentar os fundos. Ou seja, o banco central russo teria de pedir autorização à Fed ou ao BCE para creditar x mil milhões de dólares ou euros nos bancos russos.

Se, por um lado, a Europa depende praticamente do gás natural fornecido pela Rússia, por outro lado, e ironicamente, a Rússia depende da Europa e dos EUA para libertar grande parte das suas reservas monetárias a fim do Estado russo ser capaz de financiar a atual invasão à Ucrânia quando as recursos começarem a tornar-se ainda mais limitados.

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