O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) criticou hoje a excessiva regulação sobre a banca, enquanto a vice-governadora do Banco de Portugal considerou que a regulação fortaleceu os bancos e não impede os lucros.
Em intervenções na Money Conference, hoje em Lisboa, a regulação sobre o setor bancário foi um dos temas abordados nos seus discursos pelo presidente da APB, Vítor Bento, e pela vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo.
Para Vítor Bento, há excessivas exigências, quer europeia quer portuguesa, sobre os bancos portugueses, prejudicando a competitividade destes com os seus pares e com outros operadores do setor financeiro.
Para o presidente da associação que representa os principais bancos, as excessivas regulação e burocracia prejudicam “a competitividade e o bem-estar social” e promovem uma “cultura de excessiva aversão ao risco”.
Vitor Bento criticou a aplicação de “penalizadoras exigências” como as contribuições para o Fundo de Resolução, que se juntam ao Fundo de Resolução Europeu, ou os impostos sobre o setor.
O presidente da APB afirmou ainda que a ponderação do risco para os ativos dos bancos portugueses obriga a que tenham mais capital reservado, considerando que tal indica que “o capital dos bancos portugueses vale menos para os reguladores europeus que o dos outros bancos dos outros países”.
Nesse sentido, o presidente da associação de bancos insistiu que este capital “para atrair investidores, tem de ser adequadamente governado, com lucros”.
Já para o Banco de Portugal, a regulação e a supervisão “têm permitido que os bancos sejam mais resilientes” e estejam hoje mais preparados para eventuais crises.
A vice-governadora do BdP, Clara Raposo, considerou que os resultados atuais dos bancos demonstram que estes têm conseguido gerir as exigências e gerar lucros.
Ainda sobre o momento atual e os lucros da banca, Clara Raposo disse que, no momento de incerteza atual, é ainda mais importante que os bancos “saibam investir os resultados acumulados nos últimos anos”.
Recomendou também que as entidades “mantenham a prudência na constituição de imparidades e preservação de capital”, até por se perspetivar um ano de redução dos lucros devido à continuação da descida gradual das taxas de juro.
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