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Bancos europeus preparados para manter baixo o Custo do Risco em 2025, diz DBRS

A amostra de bancos inclui bancos portugueses. Os bancos da Grécia, Portugal e Irlanda conseguiram a maior redução do COR desde 2023, no ano passado.
fusão
6 Janeiro 2025, 14h57

A Morninstar DBRS publicou as perspetivas para 2025 para o custo do risco (COR) dos bancos europeus com base numa amostra de 50 bancos em toda a Europa.

A principal conclusão é que os bancos europeus estão preparados para manter baixo o Custo do Risco em 2025.

O COR é o rácio entre a Imparidade do crédito, líquida de reversões do período (valor da Demonstração Resultados) e o saldo médio do Crédito a clientes (bruto e média das últimas 13 observações mensais).

A DBRS salienta como principais destaques que o custo do risco (COR) dos bancos europeus melhorou em 2024, mantendo-se significativamente abaixo dos níveis de 2019 a 2023.

“Observamos que a maioria dos bancos já atingiu a taxa de execução do COR ao longo do ciclo e tem pouca margem para melhorias adicionais”, diz a DBRS.

“Esperamos que o COR dos bancos europeus se mantenha globalmente estável em 2025, apoiado por taxas de juro mais baixas e por uma recuperação económica gradual na ausência de riscos geopolíticos acrescidos e de pressões inflacionistas mais elevadas”, defende a agência.

“À medida que as taxas de juro descem, não esperamos que a qualidade dos ativos se deteriore significativamente, uma vez que não apresentou uma grande deterioração quando as taxas sofreram um aumento repentino. Isto, a par com uma recuperação económica gradual deverão apoiar níveis estáveis ​​de COR nos bancos europeus em 2025”, defende Maria Rivas, vice-presidente sénior e líder do setor de notações das instituições financeiras europeias da Morningstar DBRS.

“No entanto, as taxas de juro permanecerão elevadas em comparação com o ambiente de taxas de juro ultrabaixas pré-2022, o que poderá levar a alguma deterioração da qualidade dos ativos, particularmente em certos setores empresariais, e poderá causar algum aumento nos níveis de provisionamento”, acrescenta a responsável da DBRS.

A agência de rating revela que O COR médio da sua amostra de bancos europeus melhorou no primeiro semestre de 2024 para 31 pontos base (bps), de 36 pontos base no primeiro semestre de 2023 e de 40 pontos base no ano seguinte de 2023. Esta tendência manteve-se nos nove meses de 2024.

A amostra de bancos inclui bancos portugueses. Os bancos da Grécia, Portugal e Irlanda conseguiram a maior redução do COR desde 2023, no ano passado.

Todos os bancos em Portugal e na Irlanda reportaram níveis de COR mais baixos no primeiro semestre de 2024. Em Portugal, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve libertações significativas de provisões, enquanto o Banco Montepio apresentou a maior melhoria no COR, com uma redução para 10 bps.

A maior redução do COR foi conseguida pelo Piraeus Bank (-113 bps). O Alpha Bank foi o único banco grego que reportou um aumento do COR desde 2023, principalmente devido ao impacto da venda de transações de ativos em incumprimento (NPE). Nos primeiros nove meses de 2024, os bancos gregos reduziram ainda mais os níveis de COR para 85 pontos base, face aos 92 pontos base no primeiro semestre de 2024, largamente suportados por uma redução adicional do COR no Alpha Bank e em linha com o exercício financeiro de 2023.

No entanto, os bancos de Espanha, Itália e Grécia continuaram a reportar, em média, os níveis de COR mais elevados da amostra da DBRS.

Em Espanha, a média foi influenciada pelos rácios mais elevados no Banco Santander (Santander) e no Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) em comparação com o resto da amostra de bancos espanhóis, reflectindo a sua exposição internacional aos mercados emergentes.

Excluindo o BBVA e o Santander, o COR médio dos bancos espanhóis melhorou face ao exercício de 2023.

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