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Bancos reduziram malparado no segundo trimestre do ano

De acordo com o relatório do Banco de Portugal, o sistema bancário português diminuiu o crédito malparado no segundo trimestre, especialmente no financiamento às empresas, numa altura em que o rácio de cobertura por imparidades se manteve inalterado face ao primeiro trimestre de 2019. A rentabilidade dos capitais próprios caiu para 8,4%.
3 Outubro 2019, 12h24

Os bancos a operar em Portugal continuam a reduzir o crédito malparado, anunciou o Banco de Portugal (BdP), esta quinta-feira, no relatório “Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes”.

Em termos líquidos, os créditos não performantes (ou NPL, da sigla em ingês) ascenderam a 11,2 mil milhões de euros, o que compara com os 11,6 mil milhões reportados nos primeiros três meses do ano. Em junho de 2018, os NPL ascendiam a 15,3 mil milhões de euros.

No segundo trimestre de 2019, o stock de créditos não performantes diminuíram em cerca de 200 milhões de euros, no caso do financiamento a particulares. No financiamento às empresas, o malparado foi reduzido em cerca de 650 milhões.

“Esta evolução traduziu-se numa redução do rácio de NPL total de 8,9% para 8,3% face ao trimestre anterior (4,3% para 4,0%, quando líquido de imparidades), e numa diminuição 1,1 pp face ao final de 2018”, lê-se no relatório.

O rácio de cobertura dos NPL por imparidades manteve-se em 52,5%, ainda que, no caso do financiamento às empresas, o rácio tenha subido para 57%, face a 56,5% no primeiro trimestre. No caso dos empréstimos a particulares, registou-se uma queda do rácio para 41,1%, o que compara com 41,6% no trimestre anterior.

Ao nível do balanço, no segundo trimestre o ativo dos bancos aumentou cerca de 1,7% face aos primeiros três meses do ano, para 396,5 mil milhões de euros.

Esta evolução explica-se pelo aumento de 3,7% dos empréstimos a clientes, o que reflete a expansão da atividade internacional de uma instituição, disse o BdP. O Millennium bcp finalizou a compra do banco polanco Euro Bank em março deste ano.

“Em sentido inverso, destaca-se a redução de 7,2% dos empréstimos a Instituições de Crédito. Por sua vez, os depósitos de clientes aumentaram 3,2% neste trimestre”, lê-se no documento.

“A evolução do crédito e depósitos de clientes foi influenciada pela venda da operação de retalho do Deutsche Bank em Portugal ao Abanca. Esta transação teve como consequência a transferência dos ativos/passivos não correntes disponíveis para venda para as rubricas relacionadas com as operações continuadas. Expurgando este efeito, os empréstimos a clientes aumentariam 2,5% e os depósitos cresceriam 2,8%”, referiu o banco central.

Já o rácio de transformação aumentou 0,4 pontos percentuais para 88,2% e o rácio de cobertura de liquidez caiu 12 p.p. para 212%, acima do mínimo regulamentar, que é 100%.

A nível de rentabilidade, a rendibilidade dos ativos, medido pelo rácio ROA, aumentou 0,05 p.p. face ao primeiro trimestre do ano passado, para 0,8%. O banco liderado por Carlos Costa diz que isto “refletiu a subida dos outros resultados de exploração, uma diminuição do fluxo líquido de provisões e, em menor grau, (iii) um aumento da margem financeira. Esta dinâmica foi parcialmente compensada por uma deterioração dos resultados de operações financeiras”.

Ainda assim, o ROA no segundo trimestre deste ano ficou abaixo do registado no primeiro trimestre, que estava em 1%.

Já a rendibilidade do capital próprio, medido pelo rácio ROE, fixou-se em 8,4% no segundo trimestre ano ano, abaixo dos 10,7% registados no trimestre anterior.

“A eficiência do sistema bancário, medida pelo rácio cost-to-income, aumentou, refletindo um crescimento do produto bancário superior ao dos custos operacionais”, disse o BdP.

Na solvabilidade dos bancos, o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) situaram-se em 16,1% e 13,9%, respetivamente, aumentando ligeiramente face ao trimestre anterior.

O rácio de alavancagem diminuiu ligeiramente, de 7,7% para 7,6%, mantendo-se acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)

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