Na apresentação de resultados de 2024, que decorreu esta quinta-feira, a presidente executiva do Bankinter, Gloria Ortiz, disse que nos próximos anos as receitas geradas pelo Bankinter Portugal e Irlanda que em 2024 representam já 15% da margem bruta do Grupo, passem a 20%. “Por esse caminho vamos”, disse.
Já o CFO do banco, Jacobo Diaz, reforçou que a sua meta é reforçar o crescimento tanto do balanço como fora do balanço.
Quando questionada qual a quota de mercado que esperam vir a ter em Portugal, a CEO explicou que atualmente o Bankinter Portugal tem uma quota de mercado de 7% na banca de empresas, mas a quota de mercado do banco está nos 4%. “O objetivo é continuar a crescer a aproximarmo-nos da quota que temos em Espanha, diria que na banca de retalho é chegar a 5% ou 6%.
A CEO do Bankinter explicou que em Portugal “temos a oportunidade de crescer organicamente sem necessidade de nos distrairmos com aquisições”. Por outro lado, sobre a hipótese de comprar o Novobanco, Gloria Ortiz explicou que por normal o Bankinter não faz aquisições internacionais da dimensão do banco liderado por Mark Bourke que “tem uma dimensão respeitável”.
O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal em 2024 foi de 195 milhões de euros, mais 18% do que no ano anterior.
A rentabilidade medida pelo ROE em Portugal está nos 25% revelou a CEO do Bankinter.
O banco em Portugal, que é uma sucursal, viu crescer as comissões em 13% no ano passado para 77 milhões e a margem financeira cresceu também 13% face a 2023 para 277 milhões de euros, revelou a administração do banco. Os custos subiram 8% para 111 milhões de euros. Ainda assim, sublinhou a CEO, o banco em Portugal tem um rácio de eficiência de 32% melhor que o do grupo que é de 36%.
A presidente executiva do banco espanhol disse ainda que a operação em Portugal superou todos os planos de negócio previstos à data da aquisição.
No que toca ao Balanço, em Portugal a carteira de crédito conclui o ano nos 10 mil milhões de euros, mais 8% do que há um ano.
O banco em Portugal tem um rácio de crédito em incumprimento de 1,3% abaixo da média do setor que é de 2,6%, e este rácio inclui a atividade de crédito ao consumo do Bankinter Consumer Finance.
O total dos recursos de clientes alcançou um valor também de 10 mil milhões, com um crescimento de 14%.
Os recursos geridos fora de balanço mais intermediação crescem 10% para os nove mil milhões de euros (dos quais o crescimento dos ativos sob gestão somam 4 mil milhões, crescendo anualmente 11% e o ativos sob custódia ascendem também a 4 mil milhões, crescendo 9%).
Na nova produção hipotecária a quota de mercado em novas operações é de 6,6% em Espanha, 6% em Portugal e de 7,1% na Irlanda, segundo os últimos dados publicados pelos respetivos bancos centrais destes países.
Já sobre o número de pedidos de crédito hipotecário em Portugal ao abrigo da garantia pública para apoiar jovens com idades entre os 18 e os 35 anos que pretendam financiamento para a aquisição da primeira habitação própria permanente, o board do banco espanhol admitiu que o Bankinter Portugal já está a conceder crédito à habitação ao abrigo desta garantia, mas ainda não tem números para divulgar. Ao Bankinter foi atribuída pelo Estado uma dotação de 60 milhões de euros, a quinta maior do setor bancário português e os administradores do banco salientaram o facto de essa atribuição ser superior à quota de mercado do banco no país que é de 4%.
Por sua vez na Banca de Empresas o crescimento da carteira de crédito de 9% em Portugal.
Gloria Ortiz afirmou ainda que “vamos crescer organicamente”, mas admitiu que o banco tem uma equipa que analisa todas as oportunidades de aquisição na Europa. “Se aparecer alguma oportunidade [de aquisição de um banco] na zona euro, onde haja potencial de crescimento, avaliaremos, como fizemos com Portugal”, disse a CEO do Bankinter na fase das perguntas da conferência de imprensa em Madrid.
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