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Bankinter leva papel comercial de empresas portuguesas à Bolsa espanhola

A emissão de papel comercial no Mercado Alternativo de Renda Fixa (MARF) da Bolsas y Mercados Españoles (BME), promovida pelo Bankinter representa para as empresas em Portugal, uma oportunidade para diversificarem e reforçarem as suas fontes de financiamento para o desenvolvimento dos seus projetos.
6 Outubro 2025, 15h49

Mota-Engil, Greenvolt, CUF Hospitais e Visabeira, são algumas das empresas no Mercado Alternativo de Renta Fija (MARF) da Bolsas y Mercados Españoles (BME) pelas mãos do Bankinter Investment. Nos últimos seis anos, o Bankinter Investment participou nas quatro operações de registo de papel comercial para estas empresas portuguesas no MARF, que no total, ascendem a um valor de 300 milhões de euros.

O Bankinter é o único banco na Península Ibérica a estruturar papel comercial de empresas em Portugal e a listá-las no MARF, “liderando este movimento que aproxima investidores e empresas neste mercado em particular”, explica o banco.

Para as empresas representa a diversificação do seu portefólio de investidores internacionais.

Através do registo de papel comercial no MARF, as empresas em Portugal passam a estar visíveis aos investidores institucionais em Espanha, tais como seguradoras, gestoras de pensões, caixas de poupança, family offices, que passam a conhecê-las e a ter oportunidade de investir na sua dívida. Ou seja, “além de proporcionar uma diversificação das fontes de financiamento, o registo de papel comercial europeu no MARF permite às empresas diversificarem também os perfis de investidores, contribuindo para aumentar a sua notoriedade no mercado ibérico”, explica o Bankinter Portugal.

O Bankinter Investment, liderado em Portugal por Joaquim Castro, explica que “este instrumento de financiamento flexível de curto prazo permite às empresas mitigar o risco de concentração e aumentar a resiliência face a restrições de crédito”.

“Permite também financiar necessidades operacionais imediatas, ajudando a suavizar picos de tesouraria e a evitar situações de stress financeiro. A emissão pode ser ajustada em função das necessidades de financiamento e das condições de mercado, permitindo assim uma gestão mais dinâmica da dívida e dos prazos de reembolso”, acrescenta o banco.

O papel comercial é um instrumento financeiro de dívida de curto prazo (até 397 dias) emitido por empresas, cooperativas e outras pessoas coletivas para obter financiamento, substituindo o empréstimo bancário. É uma forma de captar fundos diretamente do mercado, oferecendo taxas atrativas para investidores, e serve como uma alternativa para financiar a gestão de tesouraria.

Este papel comercial é tomado por investidores institucionais e não de retalho, como aconteceu no célebre caso do Banco Espírito Santo (BES).

O Bankinter diz que a emissão de papel comercial no Mercado Alternativo de Renda Fixa (MARF) da Bolsas y Mercados Españoles (BME), representa para as empresas em Portugal, uma oportunidade para diversificarem e reforçarem as suas fontes de financiamento para o desenvolvimento dos seus projetos.

“Para as empresas inseridas no mercado de capitais português, pequeno e concentrado, no qual os investidores estão muitas vezes ligados ao setor bancário, a emissão de papel comercial europeu no MARF traduz-se numa alternativa com muito potencial” e “tem-se revelado também uma ferramenta eficaz para financiar projetos de sustentabilidade empresarial”, já que os fundos captados são canalizados para iniciativas como mobilidade sustentável, gestão de resíduos, eficiência energética e energias renováveis.

O MARF constitui atualmente um mercado dinâmico e com forte procura por parte de empresas e investidores espanhóis e internacionais que operam a partir da bolsa espanhola, tendo registado, no primeiro semestre deste ano, emissões de dívida no valor de 8,74 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 9% face ao mesmo período de 2024.

Na Europa, o crédito bancário ainda representa 70%–80% das fontes de financiamento das empresas, mas há uma tendência clara de convergência com modelos como o dos EUA, onde o mercado de capitais tem um papel dominante, revela o Bankinter.

 

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