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Barragens no Tâmega vão forçar o abate de mais de mil sobreiros

Aos olhos do Governo, estes dois empreendimentos são de “imprescindível utilidade pública”. As duas barragens vão ser construídas pela eléctrica espanhola Iberdrola e vão custar mais de 1500 milhões de euros.
28 Agosto 2019, 13h42

Mais de mil sobreiros, dos quais cerca de 40% são exemplares adultos, vão ser abatidos nas áreas que vão ser inundadas pela construção das barragens de Daivões e Alto Tâmega, em Trás-os-Montes, de acordo com um despacho publicado esta terça-feira, em Diário da Républica.

De acordo com a nota assinada pela secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza e pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, a Iberdrola “solicitou o abate de 444 sobreiros adultos e 701 jovens”, totalizando 1145 árvores, que se estendem por “cerca de 15,07 hectares”.

Esta não é a primeira vez que é autorizado o abate de sobreiros por causa dos empreendimentos hidroeléctricos do Tâmega. No final de 2016, o Governo deu luz verde à retirada de 608 árvores em cerca de 4,6 hectares localizados na área de construção da barragem de Gouvães, segundo o jornal “Público”.

O projeto de compensação das barragens de Daivões e Alto Tâmega implica a replantação dos sobreiros abatidos noutros pontos da região, com uma majoração de 20%. Ou seja, a Iberdrola tem que colocar mais de 1400 destas árvores.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas aprovou o projeto da eléctrica espanhola, que passa pela arborização com sobreiro de uma área de 42,35 hectares nos perímetros florestais das serras do Barroso e da Cabreira.

https://jornaleconomico.pt/noticias/geota-obras-como-as-barragens-do-tamega-jamais-deveriam-entrar-no-categoria-de-verdes-451554

As três barragens e centrais hidroeléctricas que a Iberdrola está a construir no rio Tâmega (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega) foram anunciadas como constituindo o maior empreendimento do género em toda a Europa, e o maior de sempre na Península Ibérica: abrange os municípios de Ribeira de Pena, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Valpaços, Montalegre e Cabeceiras de Basto, num investimento superior a 1500 milhões de euros e terá “uma potência instalada de 1158 megawatts que representará, quando construído, 6% da potência instalada em Portugal”, segundo a empresa espanhola. Anualmente, as três centrais deverão produzir o equivalente ao consumo de electricidade de 440 mil famílias.

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