[weglot_switcher]

“Haverá vencedores e perdedores [na banca] com o novo pacote regulatório Basileia IV”, diz Martin Neisen

“Com as novas regras quiseram aprofundar a sensibilidade de risco. Por exemplo, no imobiliário, um financiamento tradicional, conservador pode ser classificado com um risco baixo”, disse o responsável.
1 Fevereiro 2024, 10h22

O partner da PwC Alemanha Martin Neisen deixou hoje um alerta sobre a nova abordagem do pacote regulatório para a banca conhecido como Basileia IV, afirmando que uma das principais alterações é “um maior nível de sensibilidade ao risco”. 

Neisen, que falava no decorrer do Fórum Banca 2024, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, em Lisboa, salientou que este “aumento da sensibilidade ao risco” nos rácios da banca significa que o “impacto do risco pode ser muito diferente de banco para banco, porque agora inclui na equação uma análise aos clientes ou ao modelo de negócio” de cada instituição.

No modelo regulatório anterior (Basileia III), a análise de risco dos créditos hipotecários no balanço de um banco era mais cega. “Com as novas regras quiseram aprofundar a sensibilidade de risco. Por exemplo, no imobiliário, um financiamento tradicional, conservador pode ser classificado com um risco baixo”, disse o responsável.

Em jeito de conclusão, Martin Neisen reforçou que, entre as alterações, nenhuma terá impactos mais profundos que “a abordagem standardizada revista” – o chamado método baseado na sensibilidade. Na verdade, considerou Martin Neisen, trata-se menos de um método standartizado e mais uma abordagem relacionada com o modelo interno, desenvolvido pelos supervisores. Esta abordagem, reforçou o responsável da PwC Alemanha, vai levar a um enorme aumento de requisitos de dados e um aumento na complexidade dos cálculos de risco. Isto quando comparado com as abordagens atuais. 

“Não haja dúvidas que, sob as novas regras, haverá vencedores e perdedores na banca”, alertou Martin Neisen.

Estas novas regras regulatórias, cuja aplicação tem vindo a ser adiadas, deveriam ter entrado em vigor em 2022. Mas agora, disse Neisen, terão de estar no terreno até janeiro de 2025.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.