O Banco Central Europeu (BCE) manteve inalterada as taxas de juro de referência pela quinta reunião consecutiva mas os mercados estão expectantes a uma mudança de cenário já a partir do verão.
Analisando a reunião, o Goldman Sachs mantém a sua previsão de três cortes consecutivos de 25 pontos base em junho, julho e setembro. Depois, vai ser preciso esperar até dezembro. Já em 2025, o GS espera três cortes em março, junho e setembro, até a taxa terminal atingir os 2,25%.
O GS considera que um corte em junho é o mais provável, mas que a sua previsão fica abaixo do descontando pelo mercado: “a comunicação [do BCE] apoia a nossa visão de que um corte em junho é muito provável. O ritmo de cortes depois de junho, contudo, permanece incerto”.
“Continuamos a ver boas razões para cortes iniciais consecutivos, incluindo política restritiva clara, fraca procura e crescimento dos salários fraco”, segundo os analistas.
Christine Lagarde não rejeitou uma descida das taxas na reunião de junho, se vários indicadores estiverem conforme o desejado pelo Conselho do Banco Central Europeu (BCE).
Na quinta-feira, na habitual conferência de imprensa, a banqueira central voltou a repetir a frase divulgada no comunicado inicial sobre a decisão monetária: se o outlook da inflação, as dinâmicas da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária “aumentarem mais a confiança de que a inflação está a convergir para a meta de forma ordeira, seria apropriado reduzir o nível atual de restrição monetária”.
“É uma avaliação clara. É uma frase importante porque descreve as mecânicas que melhor clarificam o processo. Em junho, sabemos que vamos ter muito mais dados e informação e vamos ter uma nova projeção. Estamos dependentes de dados e vamos olhar para toda esta informação, para determinar se tudo isso confirma a nossa esperança que a inflação regresse à meta de forma sustentada”, afirmou ontem Christine Lagarde.
O Banco Central Europeu (BCE) adiou novamente o corte das taxas de juros. As taxas de juro de referência mantiveram-se assim nos mesmos níveis: taxa sobre as operações principais de refinanciamento (4,5%), taxa de cedência de liquidez (4,75%) e taxa de depósitos (4%)
Oo comunicado da decisão, o BCE destaca que a inflação “continuou a cair, alimentada por preços mais baixos na alimentação e bens. As medidas da inflação subjacente estão a aliviar, o crescimento dos salários está a moderar-se gradualmente, e as empresas estão a absorver parte do aumento dos custos laborais nos seus salários”.
No entanto, “as condições de financiamento continuam restritivas e os anteriores aumentos de taxas continuam a pesar na procura, o que ajuda na pressão baixista da inflação. Mas as pressões sobre os preços domésticos são fortes e estão a manter elevada a inflação dos serviços”.
O Conselho do BCE garante “estar determinado em assegurar que a inflação regressa à sua meta de 2% de forma ordeira. Considera que as taxas de fereência estão em níveis que vão dar uma contribuição substancial para o processo em curso de desinflação. As decisões futuras do Conselho vão garantir que as taxas vão continuar suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário”.
Se o outlook da inflação, as dinâmicas da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária “aumentarem mais a confiança de que a inflação está a convergir para a meta de forma ordeira, seria apropriado reduzir o nível atual de restrição monetária. De qualquer caso, o Conselho vai continuar a seguir uma abordagem dependente-de-dados e encontro-a-encontro para garantir o nível apropriado e a duração da restrição, não estando a fazer qualquer pré-comprimisso para um trajeto de taxas em particular”.
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