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“BCE deverá prolongar o PEPP até ao final de 2021”, antecipa economista-chefe da AllianzGI

“O BCE vai anunciar na próxima semana as novas medidas de estímulo de política monetária e a mais óbvia será o prolongamento do PEPP até ao final do próximo ano”, antecipou Stefan Hofrichter, economista-chefe da AllianzGI.
3 Dezembro 2020, 15h59

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar a extensão do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) até ao final de 2021 na próxima reunião do Conselho de Governadores sobre política monetária, marcada para quinta-feira, 10 de dezembro.

Na última reunião sobre política monetária, em outubro, o BCE resolveu não alterar a política monetária em execução, mas anunciou a “recalibragem” dos instrumentos à sua disposição para estimular a economia para a decisão de dezembro. “O BCE vai anunciar na próxima semana as novas medidas de estímulo de política monetária e a mais óbvia será o prolongamento do PEPP até ao final do próximo ano”, antecipou Stefan Hofrichter, economista-chefe da AllianzGI, uma gestora de ativos.

Em junho deste ano, Frankfurt recarregou o PEPP, que foi iniciado em março, reforçando assim o seu poder de fogo de compra de ativos de 750 mil milhões de euros para 1,35 biliões de euros e estendeu o seu prazo por mais seis meses, até junho de 2021.

A confirmar-se a estimativa de Stefan Hofrichter, o PEPP será pois alargado por mais seis meses, até ao final de dezembro do próximo ano.

O economista-chefe da AllianzGI falava num encontro online com jornalistas na sequência da apresentação do economic outlook para 2021 e realçou que a dívida soberana dos países da periferia da zona euro, onde se inclui Portugal, têm beneficiado com as políticas do banco central. “Há luz para as dívidas da periferia. A proteção do banco central tem sido mais explícita para as bonds dos países da periferia desde que o BCE iniciou a compra de ativos” ao abrigo do PEPP, vincou Stefan Hofrichter.

O PEPP tem ajudado a diminuir os juros da dívida soberana no mercado secundário. Já na semana passada, a política monetária do BCE permitiu que o juro das Obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos tenham negociado em -0,01% no mercado secundário, o que foi um feito histórico.

Acompanhando a tendência de queda na zona euro, o juro da dívida soberana caiu na passada quinta-feira de manhã para 0,003%, um novo mínimo histórico, mas desceu ainda mais e por momentos tocou juros negativos, onde se encontravam já todas a maturidades até e incluindo a de nove anos, para os -0,01%.

Para 2021, segundo o outlook económico da AllianzGI, a gestora de ativos antecipa que a economia da zona euro cresça 5,5%, depois de uma queda de 7,7% este ano, impulsionada pelo consumo privado, despesa pública e atividade de investimento.

“As nossas perspetivas de longo prazo para as ações europeias são positivas, impulsionadas pelas suas avaliações moderadas e pelas nossas expectativas para as vacinas que consideramos promissoras neste momento e que, se amplamente disseminadas, ajudarão a conter a propagação do vírus”, referiu a AllianzGI.

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