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BCE mantém juros inalterados em julho após oito cortes consecutivos

Com descidas consecutivas desde maio de 2024, o BCE interrompe agora o ciclo de cortes numa altura em que a inflação está alinhada com os juros de referência e com o objetivo de médio prazo do banco, além da incerteza na vertente comercial.
FILE PHOTO: European Central Bank (ECB) president Christine Lagarde speaks during a press conference following the Governing Council’s monetary policy meeting, in Frankfurt, Germany April 11, 2024. REUTERS/Kai Pfaffenbach/File Photo
24 Julho 2025, 13h16

O Banco Central Europeu (BCE) não surpreendeu e deixou os juros inalterados pela primeira vez em oito reuniões, sinalizando assim que o atual ciclo monetário estará próximo de concluído, mas também precaução perante a incerteza na vertente comercial. Os juros de referência ficam assim em 2%, alinhados com a leitura mais recente da inflação.

Os mercados davam como praticamente certo que a reunião desta quinta-feira não trouxesse novidades no capítulo dos juros, dada a descida sustentada da inflação e a fragilidade que continua a marcar a economia real na zona euro. Ainda assim, os analistas inclinam-se cada vez mais para nova descida até final do ano, que marcaria o fim dos cortes e do atual ciclo de política monetária.

Recorde-se que as taxas diretoras para a moeda única chegaram a um máximo de 4,5% no final de 2023, pico que se manteve até maio do ano passado, quando começaram as descidas até ao atual nível. Do lado da inflação, o indicador subiu até 10,6% em outubro de 2022, o máximo deste episódio inflacionista.

O foco dos investidores estará assim colocado no discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, embora seja expectável que não surjam grandes novidades – como é hábito da banqueira. Há notícias de que a UE estará próxima de um acordo comercial com os EUA, evitando assim a imposição unilateral de tarifas de 30% por Washington a partir de 1 de agosto, algo que também ajudaria o BCE na missão de manter a estabilidade de preços.

Caso se confirme, as exportações europeias para os EUA passariam a pagar 15% de tarifa, embora com isenções importantes, como automóveis e componentes ou produtos farmacêuticos.

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