Mais 25 ou mais 50 pontos base? O BCE vai anunciar a decisão sobre as taxas de juro com o anúncio da presidente do BCE, Christine Lagarde, a ser condicionado com os últimos desenvolvimentos a propósito da instabilidade no sector bancário.
Uma nova subida das taxas é um dado adquirido, embora a magnitude seja ainda uma dúvida, com os mercados mais inclinados para novos 50 pontos base (p.b.).
A subida surpresa da inflação subjacente em fevereiro preocupa e o caminho a percorrer pelos juros da zona euro deve ainda ser longo, dado que a taxa real permanece muito negativa, pelo que o banco central deve optar por manter o ritmo na reunião deste mês.
De acordo com uma análise divulgada pelo XTB, “os economistas inquiridos pela Bloomberg e Reuters apontam para um aumento da taxa de 50 pontos base, mas estes inquéritos podem já estar desatualizados e não refletir as expectativas reais, na sequência das últimas perturbações no sector bancário”.
Sem estes últimos desenvolvimentos, o mais provável era que o BCE optasse esta quinta-feira por um aumento das taxas em 50 pontos base, colocando as taxas de referência nos 3,00%, o nível mais alto desde finais de 2008. A rumar contra a maré das previsões estiveram os economistas do Deutsche Bank que preveem um movimento de 25 pontos base, uma previsão que conheceu uma atualização esta quarta-feira.
Consideram os analistas que “as coisas mudaram esta semana à medida que os receios de contágio se espalharam pela Europa e com as ações do Credit Suisse a caírem livremente ontem”.
Dilema do BCE
Explica a XTB que a turbulência no sector bancário europeu está a causar um dilema para o BCE: “Deverá este prosseguir com aumentos significativos das taxas numa tentativa de conseguir o controlo da inflação mesmo que corra o risco de desencadear uma crise bancária europeia? Esta é uma escolha complicada a fazer”.
“Por um lado, o Credit Suisse conseguiu obter garantias do Banco Nacional Suíço e do regulador suíço de que irá receber apoio caso a situação o exija. O Credit Suisse anunciou que pretende exercer uma opção de pedir emprestado um montante adicional de 50 mil milhões CHF ao Swiss National Bank através de uma linha de crédito coberta, a fim de melhorar a sua posição de liquidez. Isto levou a um alívio no mercado e a um salto de mais de 30% nas acções do Credit Suisse até hoje”, realça a XTB na sua análise.
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