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BCE vai voltar a subir juros num caminho longo a percorrer

Inflação persistente preocupa BCE e devia levar a mais fiscalização pelos governos das cadeias produtivas. Melhoria das expectativas dos consumidores ainda é insuficiente para voltar ao objetivo de 2%.
10 Março 2023, 12h30

O Banco Central Europeu (BCE) volta a reunir na próxima semana e nova subida de 50 pontos base (p.b.) é um cenário praticamente garantido, sobretudo depois dos dados da inflação subjacente de fevereiro. As expectativas de inflação no longo-prazo até recuaram em janeiro, de acordo com o inquérito da autoridade monetária, mas o discurso continua a frisar a necessidade de conter a pressão nos preços, numa mudança clara de postura que coloca agora a instituição com o discurso mais agressivo entre os bancos centrais ocidentais.

Vários membros da autoridade monetária europeia sinalizaram já que a reunião de março terá nova subida, embora sem se comprometerem com a sua magnitude; para o mercado, no entanto, as dúvidas são praticamente inexistentes, com mais 50 p.b. já assumidos como certos. A confirmação foi dada pela subida em fevereiro da inflação subjacente, sinalizando que as pressões inflacionistas do lado da oferta continuam a ser passadas pelas cadeias de valor europeias.

“A principal preocupação para os formuladores de políticas será a até agora incontrolável alta da inflação core”, projeta David Brito, diretor geral da Ebury Portugal. Paulo Rosa, economista chefe do Banco Carregosa, aponta precisamente ao novo máximo deste indicador para justificar a aposta do mercado numa subida de meio ponto percentual, falando numa “tarefa hercúlea” para o BCE de “travar a inflação e evitar uma recessão apenas com a subida das taxas de juro”. Recorde-se que o indicador nominal recuou de 8,6% para 8,5% em fevereiro, mas o subjacente subiu pelo terceiro mês seguido, chegando a 5,6%.

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