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BCP dá crédito em sete dias e cobra juro inferior a 1,5%

Miguel Maya, CEO do BCP, revelou esta tarde no Parlamento que o banco disponibilizou cerca de 4,3 mil milhões de euros em crédito em mais de 16 mil operações. Pedidos de moratória já chegaram aos 70 mil e totalizaram cerca 5,5 mil milhões de euros.
21 Abril 2020, 16h54

O presidente executivo do Millennium bcp, Miguel Maya, reiterou esta terça-feira que o banco dá crédito em sete dias às empresas que recorrem às linhas de crédito de 6,2 mil milhões de euros anunciadas pelo Governo e cobra uma taxa de juro inferior a 1,5%.

O tempo para a aprovação do crédito é de “sete dias, é o compromisso que o BCP assumiu com o mercado, quando na posse da informação”, vincou o CEO do BCP, na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), esta tarde.

Miguel Maya revelou também que os “juros estão definidos nestas linhas”, que têm um teto máximo até 1,5%, para operações entre quatro a seis anos. “A taxa do BCP é mais baixa, estamos mais próximos do 1,25% do que 1,5%”, disse.

A este respeito, o CEO do BCP convocou os deputados para um exercício teórico para explicar o custo do banco em conceder crédito, mesmo que conte com garantias do Estado: “Vamos supor que as garantias têm 85% de garantia do Estado, e que um em cada cinco empréstimos corria mal. Só para pagar os 15%, isto implica 75 pontos base só para acomodar as perdas dos empréstimos que vão entrar em incumprimento”.

No total, o banco já disponibilizou cerca de 4,3 mil milhões de euros em crédito, que se espalham entre mais de “16 mil operações”, sendo que a grande maioria foi requerido pelas micro empresas. Em número de operações, estas micro empresas representam a maioria (54%), mas representam apenas 9% do montante concedido.

As PME representam 44% das operações de crédito e 78% do montante de crédito concedido. Já as grandes empresas representam apenas 2% das operações e 3% do montante: “o montante máximo é de dois milhões de euros, por isso não é aqui que as grandes empresas resolvem os seus problemas”, explicou Miguel Maya.

As empresas não têm de dar nenhuma garantia pessoal para acederem às linhas de crédito com uma dotação de 6,2 mil milhões de euros.

Miguel Maya também abordou também se o banco estaria a utilizar estas linhas de crédito para que os clientes pagassem créditos antigos. “Se houver uma única situação, com nome e morada, fica aqui publicamente o meu compromisso [para resolver a situação]. Nós não concedemos crédito ao abrigo dessa linha para pagar outros créditos”. Caso haja, disse que “haverá um processo disciplinar ao colaborador”.

O presidente executivo do BCP disse também que há casos em que o banco tem de pedir mais elementos aos clientes antes de decidir pela concessão de crédito. “Podemos pedir um balancete em caso de dúvida sobre a concessão de crédito. Se estamos com dúvidas, as regras da boa prudência ditam que a resposta é não. Por isso estamos numa perspectiva de ajudar o cliente. Não somos obrigados a dar créditos aos clientes”, adiantou.

Até ao momento, o BCP já teve cerca de 70 mil pedidos de moratórias que totalizaram aproximadamente 5,5 mil milhões de euros. O banco registou 25 mil pedidos de moratória ao abrigo do regime público, que corresponderam a 2,2 mil milhões de euros, e 55 mil pedidos de moratórias privadas, que totalizam 2,3 mil milhões de euros.

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