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BCP regressa aos dividendos com proposta de 0,2 cêntimos por ação e vai compensar trabalhadores

Na ordem de trabalhos da AG, que se realiza no dia 22 de maio, vai estar a distribuição de 12,6 milhões de euros aos trabalhadores que viram os seus salários cortados no âmbito da ajuda do Estado.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
23 Abril 2019, 18h53

O Banco Comercial Português informou o mercado sobre conclusões da reunião do seu Conselho de Administração.

O banco liderado por Miguel Maya aprovou solicitar ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral a convocação da Assembleia Geral Anual para o próximo dia 22 de maio, pelas 14h30, nas instalações do banco no TagusPark, em Oeiras.

O BCP vai levar à AG, com base nos resultados consolidados relativos ao exercício de 2018, divulgados publicamente no dia 21 de fevereiro, a distribuição de um dividendo de €0,002 por ação. Isto é, o banco propõe o pagamento de um dividendo que correspondente a um “payout” de 10% dos lucros.

O banco liderado por Miguel Maya obteve lucros de 301,1 milhões de euros o ano passado, pelo que, se a proposta for aprovada, irá entregar aos acionistas 30,1 milhões de euros.

O BCP não distribui dividendos desde 2010.

O banco vai ainda levar à assembleia de acionistas  a distribuição de resultados no montante de 12.587.009 euros (12,6 milhões de euros) pelos colaboradores.

Esta distribuição surge no âmbito do processo de compensação pela redução de salários acordada ao abrigo do Acordo Coletivo de Trabalho, “conforme redação publicada em 29 de março de 2014, no Boletim do Trabalho e Emprego nº 12”.

Os cortes salariais, de entre 3% e 11% no BCP, foram aplicados sobre os salários mensais brutos acima dos 1.000 euros, em 2014, e ocorreram depois da injeção estatal de 3 mil milhões de euros através dos instrumentos financeiros que poderiam vir a transformar-se em ações (os denominados CoCos).

No verão de 2017, depois da entrada da Fosun para o capital,  o BCP conseguiu pagar a totalidade dos CoCos e então os cortes foram anulados. O BCP deixou então o compromisso de devolver no futuro o equivalente aos montantes cortados naqueles anos.

A AG vai ainda discutir a cooptação do Fernando Costa Lima como Administrador não executivo e vogal da Comissão de Auditoria, preenchendo assim a vaga existente no Conselho de Administração que ficou em aberto com o “chumbo” do nome de Norberto Rosa para o cargo, pelo supervisor bancário. O BCP vai propor à Assembleia Geral “a ratificação de tal cooptação”.

(atualizada)

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